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Fábricas de carro na Argentina temem redução de exportações para o Brasil

Luis Ceriotto

Do "Clarín"

11/03/2014 19h07

Mais de 60% da produção de veículos argentinos têm como destino o mercado do Brasil, cuja demanda vem diminuindo desde julho do ano passado.

Com a queda acentuada das vendas para o mercado interno e a redução da produção durante o primeiro bimestre do ano, as empresas automotivas destacam o “clima de incerteza” sobre a evolução do nível de atividade da indústria automotiva.

O dado é relevante porque a atividade automotiva foi responsável nos últimos anos por 25% cento do crescimento do Estimador Mensal Industrial do Indec.

As estatísticas de fevereiro da Associação de Fabricantes de Automotores (Adefa) mostraram uma produção de 52.941 unidades, um número quase idêntico ao do mesmo mês do ano anterior (o aumento foi de 0,1 %), mas que não foi suficiente para compensar os resultados ruins de janeiro: durante o primeiro bimestre, a queda anual acumulada foi de -8,1%.

A venda para concessionárias, muito forte ao longo de 2013, também deu sinais de certo esgotamento: as lojas compraram 54.793 unidades, 19,1% abaixo de fevereiro de 2013 e acumularam uma queda quase idêntica (-19,2%) no primeiro bimestre.

Um dado-chave neste segmento é o forte incremento de preços, em pesos, dos carros zero-quilômetro nas concessionárias: em média, o aumento foi de 3% em janeiro e 20% em fevereiro.

As tabelas de preço de março chegaram com outro aumento de 3%, de modo que os aumentos acumulados dos veículos em três meses já estão acima de 27%.

As exportações acumuladas de janeiro e fevereiro, de 45.561 unidades, foram 6,7% inferiores às do mesmo período de 2013.

Durante a semana, uma das empresas que mais vendem no mercado teve uma conferência por telefone com a diretoria regional, com sede em São Paulo.

“Eles nos disseram que a previsão de crescimento da economia brasileira está sendo revisada para baixo. E que esperam uma queda da demanda brasileira de veículos argentinos”, disse um dos gerentes, que pediu para ser identificado.

A Adefa destacou a queda da demanda brasileira e pediu ao governo que intensificasse suas negociações para abrir o mercado de veículos a outros países.

(Texto originalmente publicado no site do “Clarín” em português)