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Sonho da casa própria: Pnad 2013 aponta aumento na compra de imóveis

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

18/09/2014 10h00Atualizada em 22/09/2014 15h41

A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) apontou crescimento de 5,7% no número de domicílios em aquisição no período entre 2012 e 2013. O estudo estimou, para esse indicador, aumento absoluto de quase 181 mil unidades. O material foi divulgado na quinta-feira (18) e corrigido no dia seguinte após reconhecimento de erro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados divulgados originalmente apontavam 178 mil imóveis nestas condições.

De acordo com o instituto, o indicador de domicílio em aquisição diz respeito aos imóveis próprios, mas que ainda estavam sendo pagos na semana de referência da pesquisa --na prática, são imóveis financiados. Para a Pnad 2013, foram ouvidas 362.555 pessoas em 148.697 domicílios pelo país.

Segundo o IBGE, as estatísticas podem estar relacionadas com o crescimento do rendimento da população. No ano passado, de acordo com a Pnad, o rendimento médio mensal por domicílio passou de R$ 2.867 para R$ 2.933 --o valor é 4% maior do que o rendimento domiciliar apurado em 2012. Já o rendimento mensal do trabalho passou de R$ 1.590 para R$ 1.651 (aumento de 3,8% em comparação com o ano anterior).

Para o instituto, o aumento da renda proporciona mais oportunidades de financiamento imobiliário. Outro fator que provavelmente impactou a questão habitacional, de acordo com a IBGE, foi a implementação de políticas de inclusão, como o programa Minha Casa, Minha Vida.

O destaque regional ficou com o Norte, onde ocorreu variação de um ponto percentual em relação ao total de domicílios em aquisição. Na projeção de números absolutos, o Norte saltou de uma estimativa de 64 mil domicílios ainda não quitados, em 2012, para 116 mil, no ano passado (crescimento de 81,2%).

Por outro lado, houve leve redução percentual no total de domicílios próprios no país. O indicador passou de 74,8% do total de imóveis, em 2012, para 74,5%, no ano passado. Também houve pequena queda entre os domicílios já quitados (redução de 0,5 ponto percentual).

Para o IBGE, essas variações são normais, já que, a cada edição da pesquisa, o número de domicílios entrevistados aumenta.

Na série histórica, entretanto, a Pnad vem mostrando participação cada vez maior dos domicílios em aquisição. Em 2004, os imóveis que estavam sendo pagos representavam 4,2% (2,2 milhões) do total de moradias no país. No ano passado, o mesmo indicador chegou a 5,1% (3,3 milhões).

Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela Pnad estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado "erro amostral". Segundo o IBGE, não há uma margem de erro específica para toda a amostra.

Alugados e cedidos

O indicador de domicílios alugados em 2013 teve uma pequena variação para mais em comparação com o ano anterior. Ele passou de 17,7% do total de domicílios para 17,9%, o que representou diferença absoluta estimada de 381 mil imóveis. Nesse indicador, o destaque regional ficou com o Sul: crescimento de 0,5 ponto percentual.

Já os domicílios cedidos passaram de 7,1% do total de domicílios particulares permanentes para 7,4%. Houve pequenas baixas percentuais nas regiões Norte e Sudeste (ambas tiveram variação de 0,1 ponto percentual); por outro lado, houve crescimento no Nordeste (de 7,1% para 7,8%), no Centro-Oeste (de 9,7% para 10,4%) e no Sul (de 5,7% para 5,9%).

Brasil possui 65,1 milhões de domicílios

A projeção do IBGE com base no número estimado de domicílios brasileiros apontou crescimento de 2,1% em relação a 2012. Na semana de referência da pesquisa, em 2013, o cálculo indicou a existência de 65,1 milhões de domicílios pelo país --houve aumento de 1,3 milhão em relação ao ano anterior.

Em termos relativos, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os maiores crescimentos no número de domicílios, 3,2% e 2,9%, respectivamente. Por sua vez, as regiões Sudeste e Nordeste foram as que apresentaram os maiores aumentos absolutos do número de domicílios, 431,3 mil e 381,6 mil unidades domiciliares, respectivamente.