Petrobras descumpre prazo e promete balanço do 3º tri só em 12 de dezembro
A Petrobras informou, nesta quinta-feira (13), que só vai divulgar seu balanço do terceiro trimestre em 12 de dezembro, quase um mês de atraso em relação ao prazo legal, que vence nesta sexta-feira (14).
O adiamento ocorre, segundo a empresa, porque a auditoria precisa de mais tempo para aprofundar as investigações sobre denúncias de desvio de dinheiro na estatal. Se as denúncias forem confirmadas, "podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis", afirma a estatal em comunicado.
O prazo legal para a estatal divulgar esses dados termina oficialmente nesta sexta-feira, de acordo com as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regula a atividade das empresas com ações na Bolsa.
As empresas costumam informar com antecedência ao mercado quando será divulgado o balanço, bem como a data da teleconferência para comentar os resultados.
Em nota, a Petrobras diz que "passa por um momento único em sua história" e que contratou dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação --o brasileiro Trench, Rossi e Watanabe Advogados e o americano Gibson, Dunn & Crutcher LLP-- para apurar as alegações.
Auditoria precisa liberar o balanço
Está previsto que o conselho de administração da empresa --presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega-- se reúna nesta sexta para discutir as demonstrações financeiras.
A estatal espera que a auditoria PricewaterhouseCoopers aprove os números do terceiro trimestre, mas a auditoria tem exigido mais investigações internas sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro na estatal.
Porém, segundo informações do jornal "O Estado de S. Paulo", a auditoria não deve aprovar o balanço enquanto não forem concluídas as investigações internas sobre as denúncias de desvio de dinheiro.
Essas denúncias surgiram durante investigações da Polícia Federal na chamada operação Lava Jato, que prendeu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em um acordo de delação premiada, Costa disse à PF que durante anos grandes empresas fecharam com a Petrobras contratos que tinham sobrepreço médio de 3%, e que a maior parte desse dinheiro foi repassada ao PT e alguns de seus aliados.
O que acontece se descumprir o prazo?
Se não cumprir o prazo estabelecido pela CVM, a empresa pode ser multada. Porém, as multas têm um valor baixo: de R$ 300 ou R$ 500 por dia.
Caso a infração se repita, a empresa pode ter seu registro cassado.
(Com Reuters e Infomoney)
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