Rumores indicam que agência Fitch pode cortar nota do Brasil ainda hoje
A agência de classificação de risco Fitch poderia rebaixar ainda nesta sexta-feira (18) a nota soberana do Brasil. Logo após o fechamento dos mercados, a Fitch anunciou a revisão das notas da Turquia, Finlândia e Gana, além de revisar a perspectiva da nota do Congo. Mas não divulgou nada sobre o Brasil até agora.
O rumor de que agência Fitch pode divulgar a qualquer momento sua revisão da nota do país tem sido recorrente no mercado porque a agência é a única entre as três grandes que ainda mantém o Brasil dois níveis acima da linha de corte do grau de investimento. A S&P cortou o país para grau especulativo há duas semanas e a Moody's mantém a nota no último nível de grau de investimento.
Segundo uma fonte ouvida pelo Valor PRO, serviço em tempo real do jornal “Valor Econômico”, que teve contato recente com técnicos da agência, a Fitch está de fato próxima de anunciar o corte de um degrau, conservando a nota do país como grau de investimento e igualando-se à Moody's.
A fonte descartou a possibilidade da Fitch cortar dois níveis de uma vez só, colocando o país em grau especulativo. Provavelmente, a perspectiva da nota continuará negativa e a agência esperará mais alguns meses para efetuar um novo rebaixamento.
A perda do grau de investimento por uma segunda agência de classificação de risco provocaria uma saída de recursos de fundos cujo mandato permite aplicar em países que tenham grau de investimento de pelo menos duas agências. Nas contas do Ashmore Group - fundo dedicado a mercados emergentes -, essa fuga seria da ordem de US$ 8 bilhões. Nessa conta entram diversos ativos, como ações, bônus de empresas, títulos do governo e fundos no exterior lastreados em ativos brasileiros, como os ETFs.
Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.
O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.
Entenda como as agência fazem o cálculo da nota
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.
Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.
Agências de risco falharam na crise
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.
Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
(Com Reuters e Valor)
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