Entrada de dólares no Brasil supera saída em US$ 9,41 bilhões em 2015

A entrada de dólares no Brasil superou a saída em US$ 9,414 bilhões em 2015, o primeiro saldo positivo em três anos.

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (6), o fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) ficou positivo em US$ 25,486 bilhões, melhor desempenho desde 2011.

O resultado positivo vem em um ano marcado pela forte alta do dólar em relação ao real, que torna produtos brasileiros mais baratos para compradores estrangeiros. A moeda norte-americana subiu 48,5% em 2015, a maior valorização em 13 anos.

O segmento financeiro (investimentos estrangeiros diretos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior, entre outras operações) registrou saldo negativo de US$ 16,071 bilhões. O rombo vem mesmo com os juros básicos em 14,25%, maior nível desde 2006.

Cotação do dólar

A entrada ou saída de dólares no país é um dos fatores que influenciam a cotação da moeda. Quando há mais dólares no país, a tendência é haver uma redução da cotação. Mas outros fatores afetam o valor do dólar, como o aumento dos juros nos Estados Unidos.

Os juros mais altos atraem dinheiro para economias avançadas, principalmente os EUA, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil.

A desaceleração da China também gera efeitos no Brasil, país exportador de commodities (matérias-primas). A segunda maior economia do planeta é grande consumidora de matérias-primas, como ferro e petróleo, e de produtos agrícolas, como soja.

A diminuição do crescimento da economia chinesa se reflete em redução de preços das commodities. Com exportações mais baratas, menos dólares entram no país, empurrando para cima a cotação da moeda norte-americana.

Alta do dólar

Outro fator que afeta a cotação do dólar são as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, com venda de dólares no mercado futuro (swaps cambiais), por exemplo. As incertezas políticas e as expectativas ruins para a economia brasileira também influenciam a cotação.

No cenário turbulento do ano passado, o dólar oscilou constantemente e bateu recordes. A moeda norte-americana subiu 48,5% em 2015, a maior valorização em 13 anos.

(Com agências)