Tarifa alta faz cartão de débito pré-pago ser desvantajoso, diz Proteste
Os cartões pré-pagos são práticos, mas as taxas cobradas para adesão, recarga e saques podem não compensar. A avaliação é da associação de defesa do consumidor Proteste.
O cartão pré-pago é um cartão que precisa ser carregado, como um celular pré-pago. Depois, ele pode ser usado para sacar dinheiro ou pagar compras, como um cartão de débito. É uma opção para quem não tem conta no banco --é usado para a mesada dos filhos, por exemplo.
Segundo a Proteste, os cartões cobram taxa de adesão, mensalidade, taxa para saques em caixas eletrônicos e para recargas. Não é cobrado nada ao pagar contas no comércio.
Variações das taxas
A associação analisou nove opções de cartões disponíveis no país: AcessoCard Recarregável, Brasil Pré-Pagos, ACG, ContaSuper, Itaú Pré-Pago Recarregável, Meo Cartão Dinheiro, Mundo Livre, Ourocard Recarregável Visa, Young Card Bradesco Pré-Pago. As simulações de custos foram feitas em novembro de 2015.
O valor da adesão pode variar de R$ 5,20 (Young Card Bradesco) a R$ 19,90 (Brasil Pré-Pagos). O único cartão que não cobra essa taxa, entre os pesquisados, é o ACG.
Para recarregar, o mais barato foi o Brasil Pré-Pagos e o Young Card Bradesco: ambos cobram R$ 2. O ContaSuper e o Itaú são os únicos que não fazem essa cobrança de recarga.
Para sacar, é cobrado R$ 7 pelo Brasil Pré-Pago e Mundo Livre, a tarifa mais alta do estudo para essa operação. No cartão ContaSuper, o valor cai para R$ 3,90. Para uso frequente, e somadas todas as taxas cobradas, o custo é elevado.
Na perda do cartão, a taxa para solicitar uma segunda via também pode ser bem salgada. O Mundo Livre cobra R$ 30 e o Brasil Pré-Pagos, R$ 25.
O que dizem as empresas
O UOL entrou em contato com as empresas por e-mail.
O Bradesco afirmou que não irá comentar o assunto.
A Acesso disse que oferece opções de recarga sem cobrança: "Existem outras alternativas onde a carga é gratuita, como DOC/TED; boleto acima de R$ 500; débito em conta acima de R$ 500 e promoções sazonais".
O Banco do Brasil informou que os dados usados pela Proteste, obtidos no site do próprio banco, estavam incorretos e que, portanto, o estudo está errado (leia mais abaixo).
As demais empresas não responderam até a última atualização desta reportagem.
BB: informações incorretas
A Proteste afirmou que o Ourocard, do Banco do Brasil, seria a opção de maior custo para um cliente que fizesse uma ou três recargas por mês. A entidade considerou uma taxa de R$ 7 para cada recarga --informação divulgada no site do BB (imagem abaixo).
A assessoria de imprensa do banco entrou em contato com o UOL e afirmou que as informações disponíveis no site estão incorretas e que as recargas não são cobradas. "Apesar de constar na tabela de tarifas, o serviço de recarga de cartão pré-cargo pelo guichê de caixa nunca foi oferecido pelo Banco do Brasil", disse o BB.
Segundo a empresa, para recarregar os cartões, os clientes precisam utilizar uma das opções de autoatendimento (internet, terminal de autoatendimento, mobile), todas gratuitas. Segundo o BB, esse serviço será excluído na próxima atualização da tabela de tarifas.
"Diferente do exposto na avaliação da Proteste, o Banco do Brasil ressalta que não cobra taxa de recarga para o cartão pré-pago e a taxa de saque somente é cobrada a partir do terceiro saque realizado pelo cliente no mês. Promocionalmente, a taxa de manutenção mensal ainda é de R$ 1."
Se forem considerados esses valores, o cartão pré-pago do BB teria o menor custo entre os cartões pesquisados.
Em resposta, a Proteste manteve as informações e afirmou que o estudo foi feito com base nos valores das tarifas divulgados aos consumidores pelo próprio BB. Disse, ainda, que enviou os dados para o banco três dias antes de divulgá-los, mas não obteve resposta.
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