Após rebaixar Brasil, Moody's corta nota do Estado de SP e da cidade do Rio
Do UOL, em São Paulo
24/02/2016 18h31Atualizada em 24/02/2016 19h34
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Maranhão, e das cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Além disso, a agência também cortou a nota da Petrobras no Brasil e na Argentina. A estatal já não possuía mais o selo de bom pagador e se afundou ainda mais no chamado grau especulativo.
A decisão foi divulgada no fim da tarde desta quarta-feira (24), mesmo dia em que a agência rebaixou a nota da dívida do Brasil e tirou do país seu último selo de bom pagador.
Segundo a Moody's, os Estados e municípios têm "forte vínculo macroeconômico e institucional" com o governo federal, e a deterioração da economia do país "tem impacto direto no ambiente operacional dos Estados e municípios brasileiros".
"A economia mais enfraquecida reduziu a arrecadação de impostos e aumentou os desafios dos Estados e municípios para reduzir adequadamente os gastos. Isso resultou na deterioração da posição fiscal dos Estados e municípios brasileiros", disse, em comunicado.
Avaliação indica risco de calote
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.
O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.
O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.
Agências falharam na crise de 2008/2009
A classificação das agências de risco é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de calote de países, empresas e negócios.
Porém, as agências foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009. Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.