Petrobras tem prejuízo de R$ 1,25 bi; mercado previa lucro de até R$ 4,3 bi
A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 1,25 bilhão de janeiro a março deste ano, segundo balanço divulgado na noite desta quinta-feira (12). No primeiro trimestre do ano passado, a estatal havia registrado lucro de R$ 5,33 bilhões.
O resultado veio muito aquém do esperado pela maioria dos especialistas. Analistas de mercado consultados pela agência de notícias Reuters previam lucro de R$ 3,64 bilhões. Entre as projeções passadas ao jornal "Valor Econômico", o Itaú BBA apostava em lucro de R$ 4,3 bilhões e o UBS, de R$ 3,8 bilhões. Quem chegou mais perto foi o Credit Suisse, que estimou prejuízo de R$ 1,3 bilhão.
Entre os motivos do prejuízo, a estatal citou:
- maiores despesas com juros e variações do dólar, que atingiram R$ 9,579 bilhões;
- queda de 7% na produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior;
- queda de 8% na venda de derivados no país;
- alta de custos com depreciação de bens;
- e gastos maiores com equipamentos parados, especialmente sondas.
Também prejudicou as contas da empresa o preço baixo do petróleo no mercado global.
Endividamento cai 6%
A receita da estatal foi de R$ 70,4 bilhões no trimestre, queda de 5% na comparação com os R$ 74,3 bilhões do mesmo período do ano passado.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 2% no trimestre, saindo de R$ 21,5 bilhões para R$ 21 bilhões.
O endividamento líquido da Petrobras chegou a R$ 369,5 bilhões no fim de março, o que representa uma queda de 6% em relação ao endividamento no fim de dezembro (R$ 391,9 bilhões). Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda (chamada de alavancagem) chegou a 5,03 vezes, ante 5,31 vezes no fim de dezembro.
A geração de caixa operacional da companhia atingiu R$ 17,3 bilhões, alta de 5,3% na comparação anual. Ao fim do trimestre, a Petrobras tinha R$ 77,7 bilhões em caixa, comparado a R$ 44,2 bilhões no mesmo período do ano passado.
Corte nos investimentos
A Petrobras investiu R$ 15,6 bilhões no trimestre, 13% a menos que de janeiro a março de 2015.
Desde o ano passado, a petroleira vem fazendo cortes em seu plano de investimentos.
Em janeiro, a companhia cortou os recursos previstos para o período de 2015 a 2019 de US$ 98,4 bilhões para US$ 32 bilhões.
Queda da produção de petróleo
A produção nacional de petróleo caiu pelo terceiro mês seguido em março, fechando o primeiro trimestre em queda de 4,41%. É a primeira vez que o indicador fecha o primeiro trimestre em queda desde 2013.
De acordo com dados divulgados no início deste mês pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as petroleiras que operam no país produziram, em março, 2,264 milhões de barris por dia.
O volume é 3% inferior ao registrado em fevereiro e 6,2% inferior ao mesmo mês de 2015.
A ANP não analisa os dados, mas a Petrobras já vem afirmando, em seus comunicados de produção, que a queda se deve a paradas para manutenção em plataformas de produção.
Dois anos de Lava Jato
O escândalo de corrupção investigado pela polícia federal na operação Lava Jato marcou o início de uma das piores fases já vistas nos mais de 60 anos da Petrobras.
Em dois anos, executivos de alto escalão foram presos, a empresa enfrenta processos na Justiça, inclusive nos Estados Unidos, as ações (PETR3, PETR4) despencaram na Bolsa e a dívida da companhia, que já era grande, aumentou ainda mais.
(Com agências de notícias)
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