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'Não haverá indicações políticas', diz escolhido para presidir a Petrobras

Do UOL, em São Paulo

19/05/2016 19h58Atualizada em 19/05/2016 22h58

Indicado para assumir a presidência da Petrobras, o ex-ministro Pedro Parente disse que fará uma gestão "estritamente profissional" na petroleira. Segundo ele, a relação do governo com a estatal é de sócio controlador e, portanto, "o primeiro interesse do governo é o sucesso da empresa".

Não haverá indicações políticas na Petrobras, o que vai facilitar muito a vida do Conselho de Administração e a minha própria. Isso foi uma indicação clara que o presidente Temer me passou.

As declarações foram feitas em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Pouco antes, o governo de Michel Temer (PMDB) confirmou que Parente havia aceitado o convite para comandar a Petrobras.

A maior estatal brasileira está atualmente afogada em dívidas e protagoniza o escândalo bilionário de corrupção investigado pela operação Lava Jato. Também vem sofrendo com a queda nos preços do petróleo no mercado internacional.

Parente afirmou que a estatal "tem grandes desafios" e que está "consciente" de sua responsabilidade. Ele disse que a mudança não estava em seus plano, mas que "a convocação para reconstruir o país é muito difícil de recusar".

Acelerar a recuperação

Segundo Padilha, o governo espera que, sob a batuta do novo executivo, a Petrobras possa "acelerar o passo no processo de recuperação".

Pedro Parente fez referência à atual administração da petroleira, dizendo que "o trabalho de recuperação da Petrobras já teve início" e que "o presidente [Aldemir] Bendine, junto com o Conselho de Administração da empresa, vem trabalhando arduamente na direção de endereçar essas questões e desafios".

Sobre as denúncias de corrupção envolvendo a estatal, ele afirmou que "já está em andamento um processo interno de investigação", mas que ainda tem que se aprofundar sobre os resultados desse trabalho.

Disse, ainda, que não poderia dar detalhes sobre o que pretende fazer na estatal, por não ter informações, inclusive sobre o programa de venda de negócios e uma eventual necessidade de aporte do Tesouro Nacional. 

Missão difícil

Segundo fontes do mercado, Parente chega com a missão de recuperar a Petrobras, que passa pela pior crise de sua história.

O executivo precisa acelerar o plano de vender US$ 15,5 bilhões em negócios para levantar recursos, reduzir a dívida da estatal, cortar custos e acabar com a corrupção.

(Com Reuters)

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