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Oferta de feijão no mercado deve melhorar 'em até 90 dias', diz ministro

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

22/06/2016 14h13Atualizada em 24/06/2016 15h40

O governo federal anunciou medidas para aumentar a importação de feijão, ampliar a oferta do produto no país e tentar puxar o preço do produto para baixo. Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o abastecimento do produto deve ser normalizado em até 90 dias, mas não é possível saber quando os preços começarão a cair.

"No máximo 90 dias e já se regula esse mercado", disse, em entrevista coletiva em Brasília nesta quarta-feira (22). "Eu espero que nós consigamos baixar o preço, mas não posso dar uma data. Não tenho como prever isso. Ele é autônomo e autossuficiente."

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A safra brasileira foi prejudicada pelo clima, a produção caiu e, por isso, o preço subiu. Com mais produto disponível no mercado, a tendência é de o preço cair. 

O Brasil já importa feijão (em torno de 100 mil toneladas ao ano), principalmente da Argentina e, nos últimos anos, também da China, segundo a Embrapa.

A proposta é aumentar a importação de feijão de parceiros do Mercosul --Paraguai, Argentina e Bolívia--, além de China e México. No caso dos dois últimos países, o governo anunciou que irá suspender temporariamente a cobrança dos impostos sobre a importação. 

"O mais rápido é o feijão da Argentina, Paraguai e Bolívia chegar. Senão conseguirmos abastecer o mercado com feijão sul-americano, no mínimo 60 dias para que alguma comercialização de feijão (com produto chinês). Há que se entender que não é o governo que é o comprador, o governo só regula", completou o ministro.

Preço do feijão 'bomba na web' e governo reage

A decisão do governo foi tomada após o preço do feijão virar piada nas redes sociais e um dos assuntos mais comentados no Twitter, com o bordão #TemerBaixaOPreçoDoFeijão. 

Mais cedo, o presidente em exercício, Michel Temer, replicou a expressão em sua conta pessoal no Twitter.

A culpa é do clima

O que fez o feijão subir tanto? Chuva demais e chuva de menos. O clima prejudicou duas safras seguidas, sobretudo no Paraná, principal produtor do país.

A primeira safra, que chegou ao mercado em março e abril, sofreu com o excesso de chuvas na região durante o plantio, no ano passado. 

"A produção caiu em 100 mil toneladas", disse o técnico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) João Figueiredo Ruas. 

"Teve muito feijão de péssima qualidade que nem chegou a ser comercializado para consumo humano, virou ração animal."

A segunda safra, que foi para as gôndolas dos supermercados em maio e junho, sofreu o problema oposto: a falta de chuvas. A seca que atingiu principalmente o Paraná, mas também outros produtores, como o Mato Grosso, fez a safra de feijão cair 150 mil toneladas, de acordo com Ruas.

Com menos feijão no mercado, o preço subiu.

Lembra do tomate a preço de ouro?

Não é a primeira vez que o preço de um alimento popular entre os brasileiros vai às alturas por causa do clima. 

No primeiro semestre de 2013, o preço do tomate subiu 150% devido às fortes chuvas em várias regiões produtoras e virou meme nas redes sociais.

Na época, um levantamento feito pelo UOL mostrou que o tomate estava mais caro que carne, azeite importado e até caixa de cerveja em alguns supermercados de São Paulo, com o quilo chegando a custar R$ 13,64.

No final daquele ano, o preço do tomate deu uma trégua e o produto fechou 2013 com alta acumulada de 14,74%, sem figurar entre os maiores vilões da inflação. 

A vez da cebola e da cenoura

No primeiro semestre de 2014, foi a vez de a cebola disparar. O preço do produto mais que dobrou, acumulando alta de 148%. No segundo semestre, o preço melhorou um pouco e a cebola fechou aquele ano com alta acumulada de 23,61%. Já o tomate... ficou 3,07% mais barato.

No ano passado, porém, os dois se uniram e "azedaram" o vinagrete do brasileiro: tomate e cebola subiram 60,61% e 47,45%, respectivamente.

A cenoura também já passou por maus momentos. Nos dois primeiros meses deste ano, o preço da hortaliça subiu 64,2%, afetado pelas fortes chuvas na região Sul do país. No início de junho, caiu 25,63%, mas ainda acumula alta de 34,88% no ano.

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(Com agências de notícias)

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