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Perícia feita pela Justiça diz que BBom é pirâmide financeira; empresa nega

Do UOL, em São Paulo

07/07/2016 15h12Atualizada em 07/07/2016 15h13

A empresa de rastreadores de veículos BBom é uma pirâmide financeira, concluiu uma perícia feita a pedido da Justiça. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF) de Goiás nesta quinta-feira (7).

Após o resultado da perícia em documentos da empresa, o Ministério Público Federal pediu à Justiça que condene a BBom por crime contra a economia popular e que devolva o dinheiro aos investidores. 

Procurado pelo UOL, o grupo Embrasystem, dono da BBom, disse que ainda não foi notificado oficialmente sobre o posicionamento do MPF. A empresa afirmou que vai continuar com suas atividades e que pratica marketing multinível, e não pirâmide financeira.

Pirâmide X Marketing multinível

A formação de pirâmide é uma modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso.

Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.

No marketing multinível, o dinheiro que paga as comissões dos investidores vem da venda dos produtos da empresa no varejo.

O Ministério Público diz que o esquema da BBom não é multinível porque o dinheiro recebido pelos investidores vinha dos valores de adesão pagos por novos investidores. Assim, se a entrada de novos investidores diminuísse, o esquema desmoronaria.

Laudo: economicamente inviável

Na BBom, as pessoas que se associavam ao negócio eram remuneradas ao indicar novos participantes.

Na hora da adesão, o investidor pagava R$ 60 para cadastro, mais um valor para adesão no plano escolhido (variava de R$ 600 a R$ 3.000)

O laudo da perícia afirma que a BBom oferecia aos investidores alguns planos que não eram economicamente viáveis, e que a entrega de um milhão de rastreadores, prometida pela empresa, era impossível.

Além disso, os técnicos dizem que o faturamento da companhia não era suficiente para comprar os rastreadores que ela dizia fornecer.

Para o Ministério Público, o laudo mostra que a venda de rastreadores era usada apenas como "isca" para recrutar novos investidores, e que o esquema era sustentado apenas pela indicação de novos associados, sem levar em conta a venda dos produtos. 

Bens bloqueados desde 2013

O processo contra a BBom está na Justiça estadual de Goiás desde o final do ano passado, por decisão do Superior Tribunal de Justiça

Desde julho de 2013, a Justiça mandou bloquear os bens da companhia, incluindo mais de cem veículos, além de R$ 300 milhões em contas bancárias.

Em setembro de 2015, o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou cinco pessoas ligadas à BBom por formação de pirâmide financeira e negociação de contratos de investimento coletivo sem registro.