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Petrobras decide cortar preço da gasolina em 3,2%, em média, nas refinarias

Do UOL, em São Paulo

14/10/2016 09h23

A Petrobras informou nesta sexta-feira (14) que decidiu diminuir os preços dos combustíveis para que fiquem mais alinhados com os preços no exterior. A gasolina ficará 3,2% mais barata, em média, e o óleo diesel, 2,7%, nas refinarias. O corte pode resultar em queda de R$ 0,05 por litro nas bombas. 

A mudança é no preço das refinarias, o que significa que o preço final para o consumidor pode não cair necessariamente na mesma proporção. 

A Petrobras diz que, se o corte for repassado integralmente para as bombas, a gasolina deve ficar 1,4% mais barata (R$ 0,05 por litro), e o diesel, 1,8% (R$ 0,05 por litro). A decisão sobre o repasse é das distribuidoras e dos postos de combustíveis.

Os novos preços nas refinarias entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15), disse a Petrobras. As revisões de preços passam a ser mensais, segundo a companhia. 

A última mudança nos preços dos combustíveis foi há mais de um ano, em setembro de 2015, quando a gasolina ficou 6% mais cara nas refinarias.  

Nova política de preços

A estatal informou que a medida faz parte de uma nova política de preços adotada pela direção da empresa.

A política é norteada por dois fatores: o preço do petróleo no mercado internacional (incluindo gastos com transporte e taxas portuárias) e uma margem para lucro, impostos e proteção de riscos, como variações na cotação do dólar.

A empresa diz que não vai cobrar preços abaixo dos praticados no exterior, ou abaixo dos custos. Os preços serão revistos pelo menos uma vez por mês pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços da Petrobras, formado pelo presidente da estatal, Pedro Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Ramos, e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.

Perda de participação no mercado

A decisão de hoje foi tomada na primeira reunião do Grupo Executivo de Mercado e Preços da Petrobras e "levou em conta o crescente volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados", afirmou a estatal.

Com os preços dos combustíveis mais baixos no exterior do que no Brasil, muitos integrantes do mercado estavam aproveitando para importar derivados e ganhar mercado da estatal no país.

Monteiro afirmou que o corte nos preços pode diminuir a receita da empresa, mas a queda deve ser compensada por um aumento da participação da Petrobras no mercado. 

Executivos da companhia afirmaram ainda que a nova política objetiva atrair parceiros para o setor, em um momento em que a empresa busca vender fatia relevante na BR Distribuidora.

Petrobras não repassou preços no passado

A política de preços da Petrobras foi alvo de críticas no passado, principalmente no governo da presidente Dilma Rousseff.

Os preços dos combustíveis no Brasil são controlados pelo governo, que é sócio majoritário da petroleira.

A estatal mantém o monopólio na produção e importação do combustível no país. Em geral, a empresa compra combustíveis no exterior e revende-os no país.

No início do ano, a cotação do petróleo no mercado internacional caiu a níveis históricos, mas a Petrobras decidiu não repassar essa queda para o preço dos combustíveis. Ao importar combustível mais barato e vendê-lo pelo mesmo preço de antes, os ganhos da Petrobras com a revenda aumentaram.

Na época, críticos afirmaram que, ao manter os preços artificialmente, o governo estava usando a política de preços para recuperar parte do que perdeu quando o petróleo estava caro lá fora --e o preço não subiu aqui-- e para tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um endividamento muito grande da companhia.

A então presidente Dilma Rousseff disse, na ocasião, que "o governo não tem nada a ver com subir ou baixar o preço da gasolina" e que cabe à Petrobras avaliar se é o caso de reduzir os preços dos combustíveis no país. 

(Com Reuters)

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