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Agência de risco Moody's muda perspectiva de nota do Brasil para estável

Mike Segar/Reuters
Imagem: Mike Segar/Reuters

Do UOL, em São Paulo

15/03/2017 17h33Atualizada em 15/03/2017 19h38

A agência de classificação de riscos Moody's mudou a perspectiva da nota do Brasil de negativa para estável, informou em comunicado nesta quarta-feira (15). Isso que significa que a classificação da dívida pública brasileira não corre mais o risco de ser rebaixada a qualquer momento.

A nota de crédito ("Ba2") não foi alterada, e o país continua sem o "grau de investimento", uma espécie de selo de bom pagador. Isso indica que ainda não é considerado um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro porque tem um alto risco de dar calote.

A agência citou sinais de recuperação da economia, como inflação em queda, e a situação política do país. "Há indicações de que o funcionamento da política brasileira está melhorando e o fortalecimento das instituições se recuperando, apoiando a implementação planejada de reformas fiscais", afirmou a agência, em comunicado.

A projeção da agência é de fim da recessão neste ano, com um crescimento entre 0,5% e 1%, com inflação de 4,5% --portanto, na meta do governo. Para 2018, projeta um crescimento de 1,5%. "Após 2018, esperamos que o crescimento se estabilize em torno de 2% e 3%", informou a agência.

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a reavaliação pela Moody's "é um reconhecimento importante dos recentes esforços na recuperação fiscal". O presidente Michel Temer disse, em comunicado, que a agência reconhece "os esforços do governo para recuperar a credibilidade da economia, reduzir a inflação e retomar o crescimento."

Avaliação indica risco de calote 

Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e é preciso pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.

O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou empresa terão risco próximo a zero.

 

Agências falharam na crise de 2008/2009

A classificação das agências de risco é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de calote de países, empresas e negócios.

Porém, as agências foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009. Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

(Com Reuters)

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