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Lista de bilionários da "Forbes" traz brasileiros investigados na Lava Jato

Walter Faria, do Grupo Petrópolis, é um dos bilionários investigados pela Lava Jato - Luiz Carlos Murauskas-24.mai.2005/Folhapress
Walter Faria, do Grupo Petrópolis, é um dos bilionários investigados pela Lava Jato Imagem: Luiz Carlos Murauskas-24.mai.2005/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

22/03/2017 04h00Atualizada em 31/03/2017 19h01

O ranking dos mais ricos do mundo elaborado pela revista norte-americana "Forbes" traz alguns brasileiros investigados em operações da Polícia Federal, como Zelotes e Lava Jato.

É o caso do empresário Walter Faria, do Grupo Petrópolis, dono da marca de cerveja Itaipava. Ele ocupa a 581ª posição no ranking da "Forbes", com fortuna estimada em US$ 3,3 bilhões. O grupo é investigado na Lava Jato em denúncias envolvendo caixa-dois pago à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.

As irmãs Regina de Camargo Pires Oliveira Dias, Rossana Camargo de Arruda Botelho e Renata de Camargo Nascimento --empatadas na 630ª posição, com patrimônio de US$ 3,1 bilhões-- são da família que controla a construtora Camargo Corrêa, também envolvida em denúncias de corrupção da Lava Jato.

O banqueiro André Esteves, do banco de investimentos BTG Pactual --número 1.161 da lista da "Forbes", com fortuna de US$ 1,8 bilhão-- também é investigado na Lava Jato e chegou a ser preso na operação.

Joseph Safra, banqueiro mais rico do mundo, de acordo com a lista da revista, também foi investigado pela Polícia Federal, só que na operação Zelotes. Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal do Distrito Federal determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão do banqueiro em atendimento a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Com uma fortuna estimada em US$ 20,5 bilhões, Safra ocupa a 37ª posição no ranking global da "Forbes". 

As herdeiras do banco Bradesco, também investigado por corrupção na operação Zelotes, aparecem na lista de bilionários. Lina Maria Aguiar e Lia Maria Aguiar ocupam as posições 1.567 e 1.795, com patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.

Outro lado

Procurado pela "Folha" para comentar depoimentos que mencionam o caixa-dois, o grupo Petrópolis afirmou que todas as doações eleitorais que fez seguiram estritamente a legislação eleitoral e estão devidamente registradas.

Também em nota enviada à "Folha", a construtora Camargo Côrrea diz que foi "a primeira grande empresa do setor a colaborar com os órgãos de investigação e a firmar um acordo de leniência com a Justiça, com o compromisso continuado de corrigir irregularidades, aprimorar controles internos e sistemas de compliance".

O banqueiro André Esteves nega as acusações de corrupção. 

Em nota, a JS Administração de Recursos S/A, que pertence ao Grupo Safra, diz que Joseph Safra "foi excluído do processo criminal da Zelotes. Em dezembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Distrito Federal) concedeu habeas corpus reconhecendo não existir justa causa (motivos) para a acusação formulada pelo Ministério Público Federal".

O banco Bradesco afirma que "não efetivou nenhuma proposta, contratação ou pagamento, a quem quer que seja, para obter qualquer tipo de vantagem".