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Estrela faz 80 anos com fábrica no Paraguai e volta de Falcon e Moranguinho

Thâmara Kaoru

Do UOL, em São Paulo

02/04/2017 04h00

Tudo começou com uma fábrica de bonecas, em 1937. O leque de produtos foi aumentando e incluiu brinquedos que se tornaram ícones da infância de muitos brasileiros. Em junho, a Estrela completa 80 anos e, para comemorar, aposta no relançamento de alguns clássicos, como o boneco Falcon, os carrinhos Pé na Tábua e Maximus e as bonecas Moranguinho, Fofolete, Gui Gui e Susi na versão noiva. 

Além disso, alguns brinquedos que estão no mercado atualmente terão na embalagem um selo comemorativo: Genius, Ferrorama, Banco Imobiliário e Jogo da Vida.

Ferrorama - Divulgação - Divulgação
Edição comemorativa do Ferrorama tem selo comemorativo pelos 80 anos da marca
Imagem: Divulgação

Como parte das comemorações, a fabricante também criou um museu itinerante, com cerca de 130 brinquedos. A ideia é levar a exposição para diferentes cidades (os locais ainda não foram definidos).

Nova fábrica no Paraguai

A empresa tem três fábricas no Brasil e este ano marca a abertura de sua primeira fábrica fora do país, no Paraguai. O objetivo é fabricar lá para reduzir a importação de produtos da China, segundo o diretor de marketing, Aires Fernandes.

Sim, a própria Estrela importa parte dos seus produtos. Segundo Fernandes, quando o dólar está baixo, 60% da produção de brinquedos é feita no Brasil e 40% vem da China. Com a moeda norte-americana em alta, a proporção muda para 80% no país, contra 20% dos chineses.

A empresa também pensa em expandir o negócio, segundo o executivo, passando a vender para Paraguai, Argentina e Uruguai. "Vamos focar primeiro na América do Sul e, depois, na América Latina".

No ano passado, a empresa diz que cresceu 4%. Para este ano, a expectativa é de uma alta de 10% a 15% com a nova unidade no Paraguai. A Estrela não divulga seu faturamento.

Concorrência chinesa

De acordo com o consultor do Sebrae-SP Rodrigo Palermo de Carvalho, nos anos 1990, os produtos chineses chegaram ao Brasil e a Estrela sentiu a concorrência.

O que aconteceu com a Estrela no passado é que ela reinava sozinha, mas, quando as portas para o mercado internacional foram abertas, eles tiveram que se adaptar.

Rodrigo Palermo de Carvalho, consultor do Sebrae-SP

Para o diretor de marketing da empresa, foi preciso investir em produtos personalizados. "No governo Collor, houve abertura de mercado e a invasão de produtos chineses. Entre 1994 e 1995, uma forma de conseguir sair disso foi investir em produtos licenciados ligados a programas de TV como uma forma de se proteger."

Grande variedade e concorrência

De acordo com o consultor do Sebrae-SP, as empresas desse setor precisam se atualizar com frequência. "Todos os dias surgem novas tecnologias que acabam caindo nesse segmento. Antes, havia poucas opções de brinquedos. Hoje, há uma variedade muito grande, desde os que não são eletrônicos até os mais sofisticados. A concorrência cresceu muito. As empresas precisam rever o tempo todo sua estratégia".

Segundo Fernandes, a Estrela renova quase 60% de sua produção por ano.

Para encantar a criança tem que trazer novidade, seja por tecnologia ou produtos licenciados.

(Edição: Maria Carolina Abe)

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