JBS tem nota rebaixada pela 3ª agência de risco em menos de um mês
A agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) decidiu cortar nesta quarta-feira (14) a nota da JBS em dois degraus, de "BB" para "B+". Assim, a empresa fica mais longe do chamado grau de investimento, uma espécie de "selo" de bom pagador.
Com o novo corte, a JBS é rebaixada pela terceira agência em menos de um mês. Em 22 de maio, a Fitch cortou a nota da empresa de "BB+" para "BB", enquanto a Moody's baixou o rating do frigorífico de "Ba3" para "B2" na última sexta-feira (9). A queda da nota indica maior chance de calotes, segundo as agências de classificação de riscos.
A sequência de rebaixamentos vem após a divulgação de acordo de delação premiada de vários executivos da J&F, controladora da JBS, incluindo Joesley Batista, um dos donos do frigorífico. O grupo controlador também firmou acordo de leniência com MPF (Ministério Público Federal) e terá de pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões.
"O rebaixamento reflete as investigações de corrupção e o acordo de leniência da holding J&F evidencia padrões de governança fracos, que resultam em reduzida flexibilidade financeira para a JBS", afirmou a S&P em relatório.
Além do corte, a S&P manteve a observação negativa para a JBS --o que pode significar novo rebaixamento em breve-- e cortou a nota da Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, de "B+" para "B-", também com observação negativa.
"Os ratings seguem em observação negativa devido aos riscos ainda significativos de refinanciamento e pressões de liquidez, uma vez que a empresa tem grandes vencimentos de dívida de curto prazo", disse a agência.
Avaliação indica risco de calote
Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.
Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e é preciso pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.
O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou empresa terão risco próximo a zero.
Agências falharam na crise de 2008/2009
A classificação das agências de risco é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de calote de países, empresas e negócios.
Porém, as agências foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009. Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
(Com Reuters)
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