Com inflação menor, poupança tem maior ganho em 11 anos, diz estudo
A tradicional caderneta de poupança tem ganhado força com a desaceleração da inflação em 2017. No acumulado de sete meses até julho, a aplicação financeira mais popular do país registrou ganho real* (descontada a inflação no período) de 2,79%, segundo levantamento da Economatica divulgado nesta quarta-feira (9).
O resultado representa o maior ganho real da poupança para o período em 11 anos. De acordo com a empresa, que fornece informações financeiras, o rendimento foi de 3,04% nos primeiros sete meses do ano de 2006.
No acumulado de 12 meses até julho de 2017, a aplicação teve ganho real de 5%.
A poupança teve desempenho melhor nos últimos 12 meses do que outras aplicações, como ouro, dólar e euro, mas perde para os ganhos da Bolsa e dos CDIs (Certificados de Depósito Interbancário).
Vale lembrar que a poupança não tem incidência de Imposto de Renda. Veja o desempenho de cada aplicação, já descontada a inflação, segundo a Economatica:
- Ibovespa: +11,99%
- CDI: +9,54%
- Poupança: +5%
- Euro: -0,37%
- Dólar: -5,9%
- Ouro: -12,08%
Inflação em baixa
Nesta quarta-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação oficial no país ficou em 0,24% em julho. Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,71%, o menor desde fevereiro de 1999 (2,24%).
É a primeira vez que a inflação fica abaixo da meta desde 1999, ano em que ela foi criada. A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
Depósitos superaram saques
Em julho, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 2,335 bilhões, de acordo com dados do Banco Central. Esse é o melhor resultado para o mês desde de 2014, quando o ingresso de recursos somou R$ 4,028 bilhões.
Também é a primeira vez desde 2014 que a poupança tem três meses seguidos de captação.
*A Economatica ressalta que o cálculo do ganho real não é a simples subtração entre o ganho nominal da poupança e a inflação do período.
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