Pela 1ª vez em 5 anos, país melhora em competitividade, diz Fórum Econômico

O Brasil subiu uma posição no ranking de competitividade divulgado nesta terça-feira (26) pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral, ficando na 80ª posição entre os 137 países analisados.
É a primeira alta em cinco anos. A última vez que o Brasil havia melhorado no Relatório Global de Competitividade foi em 2012, quando chegou à 48ª posição. Desde então, foi caindo. Apesar da melhora, ainda está muito distante do número de 2001, quando estava em 44º lugar.
"Apesar de um ganho tímido de uma posição, o país avança em pontos-chave para a retomada do crescimento e do desenvolvimento", afirma o estudo, ressaltando que o Brasil melhorou em 10 das 12 categorias estudadas.
Corrupção preocupa
O relatório combina dados estatísticos de fontes oficiais com uma pesquisa de opinião de empresários do país.
De acordo com o relatório, a evolução brasileira se deu, principalmente, em aspectos institucionais como o combate à corrupção e a liberdade do poder Judiciário.
Ainda assim, a corrupção aparece como a terceira maior preocupação, na opinião dos entrevistados.
Eles responderam quais fatores são mais problemáticos para fazer negócios no país. Em 2017, os impostos permanecem como o maior desafio, seguido da corrupção e da ineficiência da burocracia estatal.
Entre as variáveis analisadas, o Brasil é o pior país em "confiança em políticos", ocupando a última posição no ranking, nesse aspecto.
A reforma trabalhista, recentemente aprovada e que vai entrar em vigor no dia 11 de novembro, teve impacto positivo na opinião dos empresários.
Suíça lidera
No topo do ranking geral está a Suíça, que ocupa o posto há oito anos. O relatório aponta o país como uma das economias mais complexas do mundo.
Confira os 10 primeiros colocados:
- Suíça
- Estados Unidos
- Cingapura
- Holanda
- Alemanha
- Hong Kong
- Suécia
- Reino Unido
- Japão
- Finlândia
Chile lidera na América Latina
O Chile ainda é o país mais competitivo da América Latina, na 33ª posição. A Costa Rica (47º) e a Argentina (92º) também registraram avanços significativos, subindo 7 e 14 posições, respectivamente.
Além do Chile e da Costa Rica, Panamá (50º), México (51º), Colômbia (66º), Peru (72º) e Uruguai (76º) estão à frente do Brasil.
"Estamos no primeiro estágio", diz professor
Para Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, a estabilização brasileira no ranking sinaliza a sensação do empresariado, mostrando um aumento da confiança em que o país retome o caminho do crescimento.
Essa confiança pode virar investimentos, internos e externos. Se isso acontecer, pode levar ao aumento de emprego e, dependendo de outros fatores, como a qualificação da mão de obre, gerar aumento da produtividade, criando um "ciclo virtuoso", segundo o professor.
"Estamos no primeiro estágio, no primeiro degrau", afirma Arruda. "Estamos longe ainda da produtividade, mas na direção correta."
Fundação divulga outro ranking de competitividade
Esse não é o único ranking de competitividade divulgado pela Fundação Dom Cabral anualmente.
Em maio, a instituição já tinha lançado outra lista do tipo, mas em parceria com o IMD (International Institute for Management Development), que apontava o Brasil em 61º lugar entre 63 países, caindo quatro posições em um ano e ficando apenas à frente de Mongólia e Venezuela.
Segundo Carlos Arruda, a diferença entre os rankings é metodológica.
Os dois relatórios combinam a percepção de empresários com estatísticas e índices de instituições oficiais, como Banco Central, Banco Mundial e FMI, mas o ranking divulgado com o IMD dá mais peso aos dados estatísticos, enquanto o lançado agora leva mais em conta a opinião dos empresários.
Arruda afirma que, por causa dessas diferenças, o ranking de maio é ancorado no passado, no caso, o cenário entre 2016 e 2017. Já o relatório com o Fórum Econômico reflete expectativas e tendências para o futuro.
É por isso que um ranking apontou queda do Brasil, e outro, melhora.
Metodologia
Para o Fórum Econômico Mundial, competitividade é o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país, que por sua vez define o nível de prosperidade.
O ranking é realizado desde 1979 e analisa 114 variáveis, em 12 categorias:
- Instituições
- Infraestrutura
- Ambiente macroeconômico
- Saúde e educação primária
- Educação superior e treinamento
- Eficiência do mercado de bens
- Eficiência do mercado de trabalho
- Desenvolvimento do mercado financeiro
- Prontidão tecnológica
- Tamanho de mercado
- Sofisticação empresarial
- Inovação
No Brasil, a Fundação Dom Cabral é responsável pela pesquisa de opinião com os empresários, e ouviu 103 executivos no período entre março e maio deste ano.
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