Em 10 anos, só 21,8% das indústrias terão o nível mais alto de tecnologia
A digitalização do processo produtivo industrial deve atingir 21,8% das empresas brasileiras em uma década, mostra pesquisa divulgada nesta terça-feira (12) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Atualmente, o percentual é de 1,6%.
A sondagem, que faz parte do Projeto Indústria 2027, avalia a expectativa de 759 grandes e médias indústrias brasileiras e multinacionais em relação à adoção de tecnologias 4.0.
- Robôs tirarão empregos de 800 milhões de pessoas até 2030
- Velório online, avatar pós-vida: elas querem revolucionar indústria da morte
- Novidade polêmica da reforma, trabalho sem hora fixa é inconstitucional?
O projeto é uma iniciativa da CNI e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para a CNI, a atualização da mão de obra será um desafio.
Os números referem-se ao nível mais elevado de conexão da produção - Geração 4 -, com "tecnologias da informação e comunicação (TIC) integradas, fábricas conectadas e processos inteligentes, com capacidade de subsidiar gestores com informações para tomada de decisão".
A pesquisa estabeleceu classificações de quatro gerações de tecnologias digitais para o desenvolvimento da sondagem.
O primeiro nível refere-se à produção pontual de TICs; a segunda geração envolve automação flexível com o uso de TICs sem integração ou parcialmente integradas; e a terceira consiste no uso de tecnologias integradas e conectadas em todas as áreas.
Passaremos os próximos dez anos em um processo de transformação industrial muito intenso, com as empresas, de fato, buscando trazer essa tecnologia disruptiva e implementando essas práticas dentro do seu modo de produção
Paulo Mól, superintendente nacional do IEL
Ele avalia que essas transformações tecnológicas servirão para aumentar a produtividade, reduzindo o custo de produção e tornando as empresas brasileiras mais competitivas.
Quarta revolução industrial
De acordo com os pesquisadores, a indústria 4.0 é também conhecida como a quarta revolução industrial. "[Ela] resulta do uso integrado de tecnologias avançadas da automação, do controle e da tecnologia da inovação em processos de manufatura".
Tais mudanças envolvem questões como o uso de robótica, de novos materiais, de biotecnologia, de armazenamento de energia, big data, entre outros.
A expectativa dos empresários é de que os estágios 3 e 4 de uso de tecnologia avancem na próxima década. O nível 3 passará de 20,5% para 36,9%. Os demais níveis recuariam, abrindo espaço para empresas mais conectadas.
Atualmente, o estudo indica que 77,8% das empresas brasileiras ainda estão nas gerações tecnológicas 1 e 2. O maior percentual, em dez anos, estaria concentrado nos níveis 3 e 4, com 58,7% das indústrias.
A pesquisa avaliou ainda como as tecnologias 4.0 influenciarão as áreas de relacionamento com fornecedores, desenvolvimento de produto, gestão da produção, relacionamento com clientes e gestão de negócios.
No relacionamento com fornecedores, por exemplo, 77,3% dos entrevistados disseram que a probabilidade é alta ou muito alta de as tecnologias digitais serem dominantes nessa relação.
Entre os desafios para alcançar essa expectativa expressa pelos empresários, Mól destaca a questão da mão de obra qualificada.
"Quando eu falo que o Brasil deve passar por uma transformação industrial muito forte, como os dados estão mostrando, isso vai requerer um país muito apto para ser parceiro nessas transformações", disse o superintendente. Ele lembra a necessidade de parcerias com universidades e de políticas públicas de incentivo à indústria.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.