Que empresas estão envolvidas na nova fase da Carne Fraca? Veja lista
A terceira fase da Operação Carne Fraca, chamada de operação Trapaça, foi deflagrada nesta segunda-feira (5) pela Polícia Federal. Ela investiga um suposto esquema entre a BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão, e laboratórios para fraudar resultados de exames em produtos da companhia e omitir a presença da bactéria salmonella.
A empresa disse que "está se inteirando dos detalhes" da nova fase da operação e que colabora com as investigações para esclarecer os fatos.
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Ao todo, agentes da PF e do Ministério da Agricultura cumprem 91 ordens judiciais nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo, sendo 11 mandados de prisão temporária, 27 mandados de condução coercitiva e 53 mandados de busca e apreensão. Veja abaixo mais detalhes.
Unidades da BRF suspensas
A Polícia Federal suspendeu temporariamente as atividades em três abatedouros de aves da BRF:
- em Carambeí (PR);
- em Mineiros (GO);
- e em Rio Verde (GO).
Também foi suspensa temporariamente uma unidade de produção de ração da BRF:
- em Chapecó (SC).
Equipes da Polícia Federal e do Ministério da Agricultura estiveram nos locais. Dependendo do que for encontrado pela investigação, as unidades poderão voltar a funcionar, ter a suspensão prorrogada ou até ser alvo de novas medidas.
Laboratórios investigados
Entre os laboratórios suspeitos de envolvimento na fraude estão a Mérieux Nutrisciences Corporation e as empresas do mesmo grupo:
- Allabor Laboratórios;
- Bioagri Ambiental;
- e Laboratórios São Camilo de Análises de Alimentos e Água.
Executivos presos
Foi preso o ex-presidente do grupo BRF Pedro de Andrade Faria. Ele teve o mandado de prisão temporária decretado pela Justiça Federal do Paraná e será levado para a superintendência da PF em Curitiba, assim como os outros presos da operação.
Além dele, foi preso o ex-diretor e vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior.
Também tiveram a prisão decretada:
- um diretor de operações nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso;
- um gerente agropecuário;
- uma funcionária responsável pela coordenação de assuntos regulatórios da empresa;
- uma responsável pela garantia da qualidade;
- um gerente jurídico;
- um gerente industrial;
- duas técnicas de garantia de qualidade da fábrica de rações;
- a diretora técnica e gerente de laboratório representante das empresas Bioagri Ambiental e Laboratórios São Camilo.
Os investigados poderão responder, dentre outros, pelos crimes de falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha ou bando, além de crimes contra a saúde pública.
O que dizem as empresas
Em comunicado, a BRF disse nesta segunda-feira que "está se inteirando dos detalhes" da nova fase da operação Carne Fraca e que colabora com as investigações para esclarecer os fatos. A empresa ressaltou que segue as normas e regulamentos relativos à produção e comercialização de seus produtos no Brasil e no exterior.
Separadamente, a Tarpon Investimentos , acionista da BRF, informou em nota que não é alvo da operação, mas que a PF realizou buscas em sua sede por documentos de Pedro de Andrade Faria relacionados ao período em que atuou como presidente da empresa de alimentos.
A Mérieux Nutrisciences Corporation, que representa a Allabor Laboratórios, a Bioagri Ambiental e Laboratórios São Camilo de Análises de Alimentos e Água, afirmou que "repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de laudos". A empresa disse que colabora com as investigações e que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. A empresa disse, ainda, que possui "diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na execução de testes e análises de alimentos".
(Com Reuters)
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