Governo suspende exportações de frigoríficos investigados na Carne Fraca
O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de frigoríficos investigados na terceira fase da operação Carne Fraca para 11 países e a União Europeia, onde são exigidos requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da bactéria Salmonella spp.
Além das nações da União Europeia, os países são África do Sul, Argélia, Coreia do Sul, Israel, Irã, Macedônia, Maurício, Tadjiquistão, Suíça, Ucrânia, Vietnã.
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De acordo com as investigações da Polícia Federal e do ministério, os resultados dos exames de laboratórios eram fraudados omitindo em algumas amostras a presença da bactéria.
"A Salmonella é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais. Se a carne for cozida ou submetida à fritura não oferece risco, mesmo assim a bactéria enfrenta restrições em determinados países", diz nota divulgada pelo Ministério da Agricultura.
As fraudes foram identificadas em cinco laboratórios --três credenciados pelo ministério e dois das empresas. Eles estão impedidos de fazer análises até o fim das investigações, e podem ser descredenciados definitivamente.
Estão sob investigação quatro plantas industriais da BRF, uma das maiores empresas do setor de alimentos no mundo e dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy. Das unidades investigadas, duas são de frango, uma em Rio Verde (GO) outra em Carambei (PR), e uma de perus, em Mineiros (GO), além de uma fábrica de rações em Chapecó (SC).
"As empresas envolvidas terão aumento na frequência de amostragem até o fim do processo de investigação. Se forem comprovadas práticas que afetam também o mercado interno serão adotadas medidas cabíveis", afirmou o ministério.
Outro lado
A empresa de alimentos BRF disse na segunda-feira que "está se inteirando dos detalhes" da nova fase da operação deflagrada nesta segunda-feira e que colabora com as investigações para esclarecer os fatos.
Em comunicado, a empresa ainda ressaltou que segue as normas e regulamentos relativos à produção e comercialização de seus produtos no Brasil e no exterior.
Separadamente, a Tarpon Investimentos, acionista da BRF, informou em nota que não é alvo da operação, mas que a PF realizou buscas em sua sede por documentos de Pedro de Andrade Faria relacionados ao período em que atuou como presidente da empresa de alimentos.
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