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Seguridade Social fecha 2017 com rombo recorde de R$ 292,4 bi, diz governo

Wellton Máximo

Da Agência Brasil

08/03/2018 18h59

Responsável por englobar as áreas de Previdência Social, Saúde e Assistência Social, a Seguridade Social registrou rombo recorde em 2017, divulgou nesta quinta-feira (8) o Ministério do Planejamento.

Segundo a pasta, o deficit do sistema cresceu 13% em 2017, somando R$ 292,4 bilhões, o equivalente a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país).

Em 2016, o resultado negativo havia totalizado R$ 258,7 bilhões (4,1% do PIB). Apesar da expansão no ano passado, o deficit cresceu menos que em 2016, quando havia aumentado 55%.

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Segundo o Ministério do Planejamento, a desaceleração do crescimento no ano passado decorre de dois motivos. O primeiro foi a recuperação da economia, que elevou a arrecadação da contribuição previdenciária e de tributos como o PIS (Programa de Integração Social) e a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que se destinam à seguridade.

De acordo com o balanço apresentado pelo Planejamento, as receitas da Seguridade Social somaram R$ 657,9 bilhões em 2017, expansão de 7,2% em relação aos R$ 613,2 bilhões registrados em 2016. Os gastos, no entanto, avançaram em ritmo maior, 9%, e atingiram R$ 950,3 bilhões em 2017, contra R$ 817,8 bilhões no ano anterior.

O segundo fator foi o reajuste menor do salário mínimo, que aumentou 6,47% no ano passado por causa da fórmula fixa de crescimento do PIB no ano anterior mais a inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O salário mínimo impacta boa parte das aposentadorias, pensões e os benefícios da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas).

A revisão dos auxílios-doença e das aposentadorias por invalidez no ano passado, apontou o relatório, também contribuiu para diminuir o crescimento do déficit em 2017.

DRU

De acordo com o Planejamento, mesmo se não houvesse a DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite o remanejamento de até 30% das receitas do governo para outras áreas, a Seguridade Social continuaria a registrar deficit.

Caso todas as receitas tivessem permanecido no sistema, o sistema teria déficit de R$ 192,1 bilhões em 2017, alta de 15,1% em relação ao resultado negativo de R$ 166,9 bilhões em 2016.

As receitas da Seguridade Social são compostas pela arrecadação da Previdência Social (contribuições dos empregados e dos empregadores ao INSS), a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), a Cofins, a CPSS (Contribuição para o Plano de Seguridade Social do Servidor), o PIS, o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e demais contribuições.

As despesas da Seguridade Social englobam os benefícios da Previdência Social e da Previdência dos servidores da União; da Loas e do Bolsa Família (que entram na Assistência Social); os benefícios trabalhistas como seguro-desemprego e abono salarial.

Os gastos também englobam as despesas de custeio, de capital (investimentos) e os salários dos servidores da Previdência, da Saúde e da Assistência Social.

Evolução

Nos últimos cinco anos, ressaltou o Planejamento, o deficit da Seguridade Social acumula alta de 225%. O rombo saltou de R$ 76,1 bilhões em 2012 para R$ 90,1 bilhões em 2013, R$ 130,1 bilhões em 2014 e R$ 166,5 bilhões em 2015, antes de superar a barreira de R$ 200 bilhões a partir de 2016.

(Edição: Amanda Cieglinski)

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