Com mudanças nos ministérios, veja como fica a equipe econômica de Temer
A saída de Henrique Meirelles do ministério da Fazenda precipitou mudanças na equipe econômica do governo Temer.
Meirelles deixou a pasta após se filiar ao partido do presidente, o MDB, com planos de participar das eleições de outubro. Ainda não se sabe se o ex-ministro concorrerá à Presidência, se será vice em uma chapa liderada por Temer ou se tentará outro cargo.
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Na dança das cadeiras entre ministérios, nomes do segundo escalão foram promovidos e um ministro se tornou presidente do BNDES.
Eduardo Guardia, ministro da Fazenda
O secretário-executivo do ministério da Fazenda passa a chefiar a pasta por indicação do seu antecessor, Henrique Meirelles. Antes de chegar ao governo, foi diretor-executivo de produtos financeiros da Bolsa de Valores brasileira, a B3 (antiga BM&FBovespa), onde trabalhou de 2010 a 2016. Também foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo entre 2003 e 2006, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e secretário do Tesouro Nacional em 2002, no final da gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) na Presidência. Por sua atuação em governos tucanos, é visto como um nome do PSDB. Formado pela PUC-SP e doutor em economia pela USP, Guardia é considerado uma escolha de perfil técnico e linha-dura em negociações.
Esteves Colnago, ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Mestre em economia pela UnB (Universidade de Brasília) e especialista em contabilidade pública, Colnago é presidente do conselho de administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), membro do conselho da Eletrobras e atuava como secretário-executivo do ministério do Planejamento. Antes, entre 2015 e o início do ano passado, foi diretor de Programa e secretário-executivo-adjunto na mesma pasta. No ministério da Fazenda, ocupou, entre 2004 e 2015, os cargos de coordenador da Secretaria de Política Econômica, coordenador-geral, diretor de Programa e secretário-executivo-adjunto. Colnago também foi presidente do conselho de administração da Casa da Moeda (2011-2015).
Marcos Jorge de Lima, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Substituiu interinamente Marcos Pereira (PRB-ES), que deixou o cargo em janeiro para se dedicar à campanha pela eleição para deputado federal, e foi efetivado no cargo após o presidente Temer acatar indicação do PRB. Antes, atuava como secretário-executivo do ministério na gestão de Pereira. Também foi secretário-executivo do ministério do Esporte, participando da organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, superintendente federal do ministério da Pesca e secretário de Estado da Cultura em Roraima.
Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
À frente da pasta desde o início do governo Temer, em 2016, é um dos maiores produtores e exportadores de soja do país. Sua gestão foi marcada pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou, em 2017, fraudes no setor de frigoríficos. Alguns países chegaram a suspender a importação de carne do Brasil. Filiado ao PR desde 2007, Maggi trocou a legenda pelo PP. Seu primeiro mandato político foi em 1994, como primeiro suplente do senador Jonas Pinheiro (PFL/MT). Eleito governador do Mato Grosso em 2002, reeleito em 2006 e eleito senador em 2011.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central
Comanda o banco desde o início do governo Temer, em 2016. Em sua gestão, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, ao menor nível da história. Ex-economista-chefe do Itaú Unibanco, exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central entre 2000 e 2003, quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, Henrique Meirelles. Entre 1996 e 1999, trabalhou no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Marcelo Caetano, secretário da Previdência
No cargo desde 2016, trabalhou na formulação da proposta de reforma da Previdência, que pretendia mudar as regras para a aposentadoria. Com poucas chances de aprovação no Congresso, a proposta acabou abandonada pelo governo. Caetano é especialista em Previdência e atuou no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) desde 1997. Entre 1998 e 2005, foi coordenador-geral de atuária, contabilidade e estudos técnicos do ministério da Previdência Social. A partir de 2012, passou a exercer o cargo de coordenador de Previdência do Ipea.
Fábio Kanczuk, secretário de Política Econômica
No cargo desde o final de 2016, teve atuação acadêmica antes de ingressar no governo. Engenheiro formado pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), é professor titular da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo). Tem doutorado em economia pela Universidade da Califórnia e pós-doutorado pela Universidade de Harvard, ambas nos Estados Unidos.
Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico
Secretário desde 2016, é consultor e funcionário licenciado do Ipea. Especialista em contas públicas, foi um dos coordenadores do programa econômico do então candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB). Foi coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda (1995-1997). A função da secretaria é acompanhar a qualidade e a eficiência das despesas públicas.
Dyogo Oliveira, presidente do BNDES
O economista é formado pela UnB e especialista em políticas públicas e comércio exterior. Ocupou diversos cargos no ministério da Fazenda e no ministério do Planejamento entre 2006 e 2016, quando se tornou ministro do Planejamento. Foi, por exemplo, secretário-adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e secretário-executivo do ministério do Planejamento. Entre 2000 e 2005, atuou em outra pasta, no ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Pedro Parente, presidente da Petrobras
Presidente da petroleira desde o início do ano passado, comandou a mudança na política de preços da companhia, com ajustes mais frequentes nos preços dos combustíveis nas refinarias. Foi ministro-chefe da Casa Civil no governo FHC de 1999 a 2002. Acumulou o comando da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, chamada de "Ministério do Apagão", durante a crise de energia de 2001. Foi vice-presidente-executivo do Grupo RBS, afiliada da TV Globo no Sul, presidente no Brasil da multinacional do agronegócio Bunge e presidente do conselho de administração de várias empresas --atualmente, da B3, a Bolsa de Valores brasileira.
(Com agências de notícias)
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