BC dos EUA mantém taxa de juros e destaca crescimento forte da economia
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros no intervalo entre 1,75% e 2% nesta quarta-feira (1º), mas caracterizou a economia como forte, mantendo o Fed no caminho para aumentar os custos dos empréstimos em setembro.
Para efeito de comparação, a taxa de referência atual no Brasil, a Selic, é de 6,5% ao ano.
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O Fed informou que a economia dos EUA tem crescido fortemente e que o mercado de trabalho norte-americano continua se fortalecendo, enquanto a inflação permaneceu perto da meta de 2% desde sua última reunião de junho, quando elevou os juros.
"Os ganhos com emprego foram fortes, em média, nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Os gastos das famílias e os investimentos fixos nos negócios cresceram fortemente", informou o Fed via declaração unânime após a conclusão de sua mais recente reunião de política monetária.
O Fed atualmente espera mais dois aumentos de juros até o final do ano. Os investidores haviam descartado a possibilidade de mudança na reunião desta semana, com expectativa de aumento das taxas no próximo mês e em dezembro.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse recentemente que a economia está em um "lugar realmente bom" e prometeu continuar com aumentos graduais nos custos dos empréstimos, a fim de manter expansão econômica dos EUA.
Crescimento da economia
A economia cresceu ao ritmo de 4,1% no segundo trimestre, o melhor desempenho em quase quatro anos, com consumidores impulsionando os gastos e agricultores apressando os embarques de soja para a China para se anteciparem às tarifas retaliatórias.
A inflação também está se recuperando após seis anos sem cumprir a meta do Fed. A medida preferencial de inflação do banco central --o índice de preços ao consumidor (PCE, na sigla em inglês) excluindo alimentos e componentes de energia-- subiu ao ritmo de 2% no segundo trimestre.
Os custos trabalhistas dos EUA, vistos como um dos melhores indicadores de quanta folga é deixada no mercado, também registraram o maior ganho anual desde 2008 no segundo trimestre.
Crítica de Trump
No último dia 19, o presidente Trump rompeu décadas de tradição de respeito à independência do banco central ao criticar abertamente o curso da política monetária.
Em entrevista, Trump disse: "Não estou satisfeito" com a política de aumentar gradualmente os juros. "Mas, ao mesmo tempo, deixo eles fazerem o que acharem que é melhor."
Na ocasião, o presidente tinha insinuado que o Fed estava impulsionando o dólar, criando, assim, um obstáculo à competitividade das exportações americanas.
Como os juros dos EUA afetam o mundo?
A taxa de juros dos EUA é capaz de modificar as regras do jogo da economia mundial.
Em caso de alta de juros juros por lá, os investidores podem começar a achar vantajoso aplicar seu dinheiro nos Estados Unidos, que são considerados uma economia forte e estável. Isso causaria a migração de recursos que atualmente estão aplicados nos mercados emergentes, como o Brasil.
(Com Reuters)
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