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Fintechs precisam de investimentos para competir com bancos, diz Moody's

Getty Images/iStockphoto/pixomedesign
Imagem: Getty Images/iStockphoto/pixomedesign

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

05/10/2018 18h26

O número de fintechs no Brasil saltou 648% nos últimos três anos: passou de 54 para 404, segundo relatório da agência de classificação de risco Moody's. O documento, entretanto, alerta que o crescimento e a sobrevivência dessas startups de finanças correm risco se elas não receberem dinheiro de investidores.

A Moody's afirma que, mesmo inovadoras, essas fintechs são pequenas e não lucrativas, o que exige a entrada constante de recursos para tirar os projetos do papel. 

A instabilidade política e econômica, combinada com modelos de negócios desconhecidos do público, tem deixado os investidores preocupados e, com isso, há menos investimentos nas fintechs brasileiras, segundo a Moody's. 

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Bancos tradicionais investem mais em inovação

Por outro lado, os grandes bancos têm aumentado os gastos com serviços digitais próprios para competir com as fintechs, declara a Moody's.

"As transações bancárias online cresceram rapidamente nos últimos anos e agora totalizam 57% de todas as transações dos bancos no Brasil", afirmou Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da agência de classificação de risco.

O relatório afirma, ainda, que a inovação estimula a concorrência, mas, como os negócios no setor bancário dependem de recursos e do constante relacionamento com clientes, os bancos tradicionais acabam levando vantagem.

"(...) as coisas não serão fáceis para bancos menores e com orçamentos reduzidos. Por conta da limitação de recursos disponíveis, será mais difícil para estes bancos inovar e permanecer competitivos no curto prazo", informa o relatório

BC tem estimulado concorrência

Apesar dos problemas apontados, a agência afirma que o Banco Central (BC) tem estimulado a competição e a concorrência no setor bancário, com regulações menos burocráticas para fintechs que estão entrando no mercado de crédito.

"A regulação suporta a inovação ao mesmo tempo em que permite ao BC manter a supervisão de tecnologias emergentes", informa o documento.