Governo vai aprovar venda da Embraer para a Boeing, diz Presidência
O governo brasileiro não exercerá o poder de veto a que tem direito no processo de venda da Embraer para a norte-americana Boeing, informou a Presidência da República nesta quinta-feira (10).
"O presidente [Jair Bolsonaro] foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais. Diante disso, não será exercido o poder de veto ao negócio", afirma a nota da Presidência.
Apesar de a Embraer ter sido privatizada na década de 1990, o governo brasileiro detém uma "golden share" na empresa, um tipo de ação especial que dá poder de veto em decisões estratégicas.
Pouco antes, Bolsonaro usou sua conta no Twitter para anunciar que a União não iria se opor ao andamento do negócio entre as duas fabricantes de aeronaves. O presidente publicou uma foto de uma reunião com diversas autoridades na qual foi tratada a venda da Embraer.
"Reunião com representantes da Defesa, da Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Economia sobre as tratativas entre Embraer (privatizada desde 1994) e Boeing. Ficou claro que a soberania e os interesses da nação estão preservados. A União não se opõe ao andamento do processo", escreveu o presidente.
Empregos serão mantidos, diz governo
Em documento enviado após a reunião, o governo lista uma série de considerações sobre o acordo. Entre eles, o documento diz que "serão mantidos os empregos atuais no Brasil". A demissão de funcionários da Embraer é uma das principais preocupações de sindicatos em relação ao negócio.
Além disso, o governo diz que não haverá mudança no controle na parte da Embraer que não será vendida (o acordo prevê a compra de 80% da fabricante brasileira pela Boeing), que a produção de aeronaves já desenvolvidas será mantida no Brasil e que também haverá manutenção de todos os projetos em curso da área de Defesa.
Acionistas e Cade ainda precisam aprovar acordo
A Embraer informou que o negócio com a Boeing ainda precisa de aprovações estatutárias e de órgãos antitruste. Segundo a empresa, a operação só será consumada após ratificação pelo conselho de administração, da aprovação dos acionistas em assembleia geral extraordinária e de autoridades concorrenciais brasileira (Cade), dos Estados Unidos e de outras jurisdições aplicáveis.
A norte-americana Boeing informou que, se as aprovações do acordo com a Embraer ocorrerem no prazo previsto, a transação deve ser concluída até o final deste ano.
(Com Reuters)
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