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Guedes diz que funcionários públicos têm parte de culpa por "roubalheira"

Antonio Temóteo e Afonso Ferreira

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

08/05/2019 22h57Atualizada em 09/05/2019 13h27

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que parte da culpa pelos "desvios" e pela "roubalheira" que atingiu o país nos últimos anos é dos funcionários públicos. Segundo ele, a categoria é responsável por "tomar conta das coisas públicas", mas não cumpriu o seu papel. As declarações foram feitas durante audiência pública na comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

"O funcionalismo público não é culpado, mas também não é inocente. A função deles é tomar conta das coisas públicas. Como teve desvio, roubalheira? Cadê a turma que tinha que tomar conta disso?", disse no final da audiência, que durou cerca de 8 horas e foi marcada por mais bate-boca entre o ministro e deputados. Guedes chegou a dizer que "baixaria" era um "padrão" na Câmara e foi criticado por parlamentares.

As declarações de Guedes foram uma resposta aos questionamentos de parlamentares que disseram que o governo atribui aos servidores públicos parte significativa do rombo nas contas públicas.

A CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil) rechaçou a fala do ministro. "Essa declaração é tão estapafúrdia, tão absurda, que nos autoriza a concluir uma coisa: o ministro sequer sabe o que é servidor público", disse João Domingos Gomes dos Santos, presidente da CSPB.

O ministro voltou a afirmar que os "corporativistas" gastam com propaganda contra a reforma. Mais cedo, ele declarou que foram desembolsados R$ 100 milhões com propagandas televisivas, sem citar a fonte desses dados.

"Os corporativistas estão gastando três vezes mais que o governo, que não sabe nem onde fica a agência de publicidade", afirmou, sem apresentar documentos ou mencionar a origem da informação.

Guedes voltou a afirmar que o regime de capitalização só será lançado se a economia com a reforma da Previdência for de, no mínimo, R$ 1 trilhão. Para ele, cabe aos parlamentares a palavra final sobre o assunto, que será respeitada pelo governo.

"Se aprovarem uma reforma de R$ 700 bilhões não tem capitalização. Se isso for feito, vocês colocaram seus filhos no mesmo sistema de hoje. Quem sou eu para dizer que vocês estão errados. Mas eu percebo que vários equívocos foram apontados aqui", declarou.

MInistro Paulo Guedes discute na comissão especial da Previdência

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