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Após pressão do centrão, governo paga R$ 443 mi ao Minha Casa Minha Vida

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

05/09/2019 17h48

O Ministério de Desenvolvimento Regional pagou hoje (05) R$ 443 milhões em repasses atrasados ao Minha Casa Minha Vida. Há cerca de dois meses, o grupo informal de siglas como DEM, PP, PL, Solidariedade e PRB pressiona o ministro Gustavo Canuto para quitar repasses atrasados do programa.

O pagamento foi confirmado ao UOL pela assessoria do ministério, segundo a qual, os valores são para todas as faixas do programa.

Nesta semana, Canuto se reuniu ao menos duas vezes com lideranças da Câmara para discutir os repasses da verba. Parlamentares reclamam que os atrasos fecham postos de trabalho e postergam entregas de obras. A pressa se dá também com a proximidade das eleições municipais, ano que vem.

O ministro se defendeu aos deputados alegando que há contingenciamento no governo Jair Bolsonaro (PSL) e a liberação de recursos depende do Ministério da Economia.

"Se não vier o dinheiro a gente coloca o povo na rua. Tem trabalhador que vai ficar desempregado sem esse valor. E a gente convoca o ministro aqui [na Câmara], expõe essa situação para entender melhor e cobrar resultado", disse um líder que participou da reunião com Canuto, ontem, na sala do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na reunião de ontem, Canuto prometeu aos deputados que o pagamento seria feito hoje (05) e acalmou os ânimos dos parlamentares. Após o encontro, outra liderança do bloco disse que "o tempo de pedir a cabeça do ministro passou". Ele argumentou que há sinalização de que a situação deve se encaminhar nas próximas semanas.

Participaram da reunião com Canuto e Maia, líderes como Aguinaldo Ribeiro (PP-AL), Arthur Lira (PP-PI), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), André de Paula (PSD-PE) e os deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

A liberação dos recursos estava prevista desde segunda-feira (2), em uma portaria do Ministério da Economia. Na publicação, R$ 443 milhões eram para o Minha Casa Minha Vida e R$ 157 milhões para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Os valores estavam atrasados há cerca de 60 dias e construtoras pressionavam parlamentares do centrão para liberação de verbas. Segundo o Cbic (Câmara Brasileira da Indústria e Habitação), o valor total de atraso se aproxima de R$ 500 milhões às construtoras que participam do programa —o que poderia afetar cerca de 200 mil trabalhadores de 600 empresas em todo país.