Mourão diz que Brasil pode ser afetado por crise comercial de EUA e China
O presidente em exercício Hamilton Mourão disse hoje que o Brasil pode ser afetado pela disputa comercial entre China e EUA. Em evento em São Paulo, o general afirmou ainda que visitará o presidente Jair Bolsonaro (PLS) no começo da tarde.
Durante discurso na abertura da conferência anual do conselho empresarial Brasil-China, Mourão afirmou que o governo brasileiro quer ampliar e diversificar a relação com Pequim.
"Essa disposição mostra-se ainda mais pertinente no contexto de enfrentamento econômico entre China e EUA. O mundo acompanha com apreensão a escalada das barreiras tarifárias e o aumento no risco de recessão mundial. Estamos confiantes de que as grandes potências saberão evitar aquilo que conhecemos como armadilhas
"Sabemos que ganhos de curto prazo para o Brasil, como no caso do aumento da demanda chinesa por soja, podem ficar comprometidos pela redução global da atividade econômica ou pelo desequilíbrio dos mercados em longo prazo".
O general, que deve ocupar a presidência até quinta-feira, enquanto Bolsonaro se recupera da cirurgia feita ontem no abdômen, ressaltou ainda a série de leilões de infraestrutura que o Brasil fará este ano, e ressaltou o interesse chinês nas privatizações. "Os chineses tem capital e experiência para ampliar e diversificar seus investimentos no Brasil. E o governo federal conta hoje com uma sólida carteira de projetos e extenso cronograma de leilões que deverão impactar na trajetória de longo prazo do crescimento nacional", disse.
"A China é nosso maior parceiro comercial há dez anos. A corrente comercial ano passado atingiu o patamar de US$ 100 bilhões, com superávit de US$ 29,5 bilhões em favor do Brasil, as maiores cifras já registradas em nosso comércio exterior". Segundo Mourão, No primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou ainda um crescimento de 28% na exportação de proteína animal, por causa da epidemia de peste suína na China.
Mourão confirmou que Bolsonaro visitará a China em outubro, e lembrou que o presidente chinês, Xi Jinping, vira para o Brasil em novembro para a cúpula dos Brics, grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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