Viajar para a Argentina está mesmo barato? Peso cai, mas inflação atrapalha
A crise econômica argentina agravou-se no mês passado, e o peso caiu quase 20% em relação ao real só em agosto. Com isso, ficou mais barato para os brasileiros comprarem a moeda do país vizinho --um convite ao turismo. Por outro lado, o país enfrenta inflação alta (54,4% em 12 meses até julho, contra 3,22% no Brasil) e reajuste constante de preços. Sendo assim, é mesmo um bom momento para viajar à Argentina?
O UOL ouviu alguns turistas brasileiros que visitaram a região de Buenos Aires após 12 agosto, quando se acelerou a desvalorização do peso, com o mercado reagindo à derrota do presidente Mauricio Macri nas eleições primárias. Eles acharam táxi barato, restaurante caro e bom para comprar produtos locais, como vinho, alfajor e doce de leite.
Vinho no supermercado por cerca de R$ 6
O assessor de eventos João Brasilio, 28, esteve com o marido em Buenos Aires entre 16 e 20 de agosto. Ele disse que planejou a viagem com um mês de antecedência e que pagou R$ 1.400 pelas quatro diárias em um quarto duplo de hotel. Levou reais para trocar lá e conseguiu 13,5 pesos para cada R$ 1.
"Os preços ainda estavam bem abaixo do que a gente esperava. Nós trocamos, em média, R$ 1.500 [20,3 mil pesos], o que deu para passar os cinco dias tranquilamente, comendo em bons restaurantes. Também compramos algumas lembrancinhas, como vinho, alfajor e doce de leite."
O assessor de eventos disse ter ficado especialmente surpreso com o preço baixo dos vinhos: no supermercado, pagou 52 pesos (cerca de R$ 6) por um vinho argentino que custa por volta de R$ 60 no Brasil.
Outros gastos relatados por ele, para duas pessoas:
- City tour (passeio de ônibus por pontos turísticos): R$ 127
- Espetáculo de tango com alimentação e bebida: R$ 720
- Transfer aeroporto-hotel-aeroporto: R$ 220
- Jantar com entrada, prato principal, sobremesa e bebida: R$ 96
Preços de passeios remarcados (para cima)
O comerciante Eduardo Pinto, 29, de Pelotas (RS), passou 15 dias com os pais visitando a região de Buenos Aires, entre 14 e 28 de agosto. Ficaram hospedados em um apartamento alugado por aplicativo, que custou cerca de R$ 180 a diária.
Ele conta que conseguiu trocar 11,5 pesos para cada R$ 1, mas que essa taxa chegou a 13,5 pesos por real enquanto ainda estavam por lá.
Ele, no entanto, achou que produtos comuns no supermercado estavam muito caros. Eduardo conta que pagou R$ 14 por uma garrafa de refrigerante, R$ 5,50 por dois litros de água e cerca de R$ 4,30 por cinco fatias de queijo.
O comerciante disse que "sentiu" a inflação enquanto estava lá. Havia recebido uma tabela com preços de passeios de uma agência de turismo e foi comunicado, depois, que os valores sofreriam um reajuste de 5% a 10%.
Eduardo achou os restaurantes caros e o táxi, barato. Uma corrida do Obelisco até Tierra Santa (pouco mais de 10 km) saiu por menos de R$ 40. Já as refeições... "Os preços dos restaurantes são quase iguais aos do Brasil."
No geral, aprovou a viagem. "Mesmo com essa crise toda, vale a pena. Se tivesse que voltar, eu voltaria."
Restaurante cobrando em dólar
O médico Thiago Rogenski, 31, foi a Buenos Aires comemorar um ano de casado com Ísis. O casal de Curitiba ficou quatro dias na capital argentina, entre 15 e 18 de agosto. Ele também achou barato o táxi e reclamou dos preços de restaurantes.
O táxi do Obelisco até Caminito (trecho de 6,5 km) custou R$ 25. "Demos uma volta de bicicleta só porque a gente quis mesmo." O casal escolheu um bom restaurante para jantar, mas a desvalorização da moeda argentina não ajudou, porque os preços eram todos em dólar.
Conseguiram trocar 14,8 pesos para cada R$ 1. Na bagagem de volta, trouxeram chocolate, alfajor e doce de leite. Segundo Thiago, comprar roupa por lá também está valendo a pena.
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