Transações com cartões pré-pago triplicam e atendem quem não tinha conta
Resumo da notícia
- Transações em 2018 totalizaram 81 milhões, mais que o triplo de 2017 (26 milhões)
- Presidente do BC, Roberto Campos Neto, diz que novos clientes bancários acham pré-pago mais barato e fácil
- Representantes do setor afirmam que esse cartão ajuda na educação financeira porque a pessoa tende a gastar só aquele saldo
- Mesmo quem já tem conta em bancos usa pré-pago para dar a mesada para filhos, por exemplo
O número de transações com cartões pré-pagos mais que triplicou em 2018 e chegou a 81 milhões, conforme dados do BC (Banco Central). Em 2017, foram 26 milhões de operações. Em 2018, esse meio de pagamento movimentou R$ 10 bilhões. Representantes do setor estimam que o ritmo de expansão seja o mesmo em 2019. O custo menor desses cartões atende a pessoas que não tinham conta em banco, diz o BC.
Os dados do BC levam em conta apenas os cartões pré-pagos emitidos por instituições financeiras. Quando são incluídas transações de emissores de menor porte o número de operações chegou a 180,1 milhões, e o montante gasto totalizou R$ 11 bilhões, nas contas da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). São levados em conta cartões pré-pagos para viagens internacionais, cartões presentes, entre outros.
Somente nos seis primeiros meses de 2019, conforme a Abecs, os brasileiros já realizaram 142,5 milhões de transações com cartões pré-pagos e movimentaram R$ 7,4 bilhões, um crescimento de 70,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar do crescimento, os números ainda são pequenos perto das 9,4 bilhões de transações com cartão de crédito que movimentaram R$ 965,6 bilhões em 2018.
É mais barato e atende quem não tinha conta em banco
Questionado pelo UOL durante a entrevista coletiva do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que os novos clientes bancários que nunca tiveram uma conta têm preferido o uso dos cartões pré-pagos.
Segundo ele, esse grupo tem a tendência de fazer um cartão pré-pago, antes de usar um de débito ou de crédito.
"Os novos entrantes têm a tendência de fazer o cartão pré-pago antes do outro [cartão]. E um dos temas, nesse caso, é o custo. As pessoas entendem que é mais prático [usar o cartão pré-pago] e há um custo menor", disse.
Crescimento acelerado
O diretor-executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira, declarou que o ritmo de crescimento no número de transações e nos valores movimentados com cartões pré-pagos seguirá acelerado nos próximos anos. Segundo ele, esses cartões são simples e ajudam no processo de inclusão e educação financeira.
"O cartão pré-pago é o primeiro de muita gente e o primeiro contato com a indústria financeira. Assim como o brasileiro se deu muito bem com celular pré-pago, o cartão funciona da mesma maneira e ajuda no processo de inclusão", disse.
Vieira afirmou que o cartão pré-pago também contribui para o planejamento e para a educação financeira, pois leva o cliente a gastar somente o valor depositado. "É um excelente instrumento para educação financeira, para o próprio planejamento financeiro", disse.
Mesada no pré-pago
Além de ser usado por novos clientes, o cartão pré-pago tem atendido famílias que já tem familiaridade com bancos. O estudando Renato Guimarães, 19, recebe a mesada dos pais em um cartão pré-pago. Correntista de uma das cincos maiores instituições financeiras do país, ele diz que gosta da solução porque não precisa andar com dinheiro na carteira e só gasta o valor depositado pela família.
"Em tempos de violência, ter o cartão pré-pago é boa opção para mim. Meus pais moram em outra cidade e sempre me transferem dinheiro para o cartão quando preciso. Tenho um cartão de crédito, mas só uso em situações emergenciais ou para comprar alguma coisa de maior valor", disse.
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