Regra para ter acesso a R$ 1.045 do BPC sofre vaivém; o que está valendo?
A nova lei que cria o auxílio emergencial de R$ 600 do coronavírus também mexeu nos critérios de acesso a um benefício que já existia, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e deficientes de baixa renda. A lei aprovada pelo Congresso ampliava o acesso ao BPC para mais famílias, mas a ampliação foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Com isso, continua valendo o critério de renda familiar de no máximo R$ 261,25 por pessoa para ter acesso ao benefício mensal de R$ 1.045, segundo especialistas. O UOL também procurou o Ministério da Cidadania para confirmar qual regra está valendo, mas o ministério não respondeu.
Vaivém sobre as regras
O vaivém sobre as regras do BPC começou em março, quando o Congresso estabeleceu que o critério de renda familiar subiria para até meio salário mínimo (R$ 522,50), ampliando o número de pessoas que poderiam pedir o benefício.
O governo foi contra a ampliação e tentou derrubá-la, mas não conseguiu.
Depois, no projeto do coronavoucher havia um trecho que mantinha o critério de um quarto do salário mínimo para este ano e adiava para o ano que vem o início do critério de meio salário mínimo. Mas o trecho que ampliava o benefício no ano que vem foi vetado por Bolsonaro.
Para os especialistas previdenciários Adriane Bramante, João Badari e Rômulo Saraiva, voltou a valer a condição de acesso de um quarto do salário mínimo por membro da família. O Congresso, porém, pode derrubar esse veto do presidente.
Coronavírus pode permitir ampliação do BPC
Apesar de especialistas interpretarem que está valendo o critério de um quarto do salário mínimo, a lei do coronavoucher deixa vagas algumas questões.
Pela lei aprovada, a pandemia do coronavírus pode subir o critério em alguns casos.
O texto diz que em razão do estado de calamidade pública, reconhecido por decreto neste ano, e da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus, o critério de renda pode ser ampliado para até meio salário mínimo.
Isso ocorrerá de acordo com os seguintes fatores:
- Grau da deficiência do beneficiário
- Dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária
- Circunstâncias pessoais e ambientais e fatores socioeconômicos e familiares
- Comprometimento do orçamento do núcleo familiar com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos especiais e medicamentos não disponibilizados gratuitamente pelo SUS ou com serviços não prestados pelo Suas (Serviço Único de Assistência Social).
Entenda o que aconteceu
O Congresso ampliou o limite máximo de renda para idosos e deficientes terem acesso ao BPC, e o presidente Bolsonaro vetou a ampliação. Mas o Congresso fez valer a mudança e derrubou o veto presidencial em 11 de março.
Assim, ficou estabelecido que o limite de renda para ter acesso ao benefício seria de meio salário mínimo.
A pedido do governo, o TCU (Tribunal de Contas da União) chegou a barrar os efeitos dessa lei, mas voltou atrás por causa da crise do coronavírus. Continuou valendo, portanto, o limite de renda de meio salário mínimo.
Nesse meio tempo, foi discutido o projeto do auxílio emergencial de R$ 600, que tratava também sobre critérios do BPC. Bolsonaro vetou a parte que estabelecia que em 2021 começaria a valer o critério de renda de meio salário mínimo. O trecho que permitia a ampliação devido ao coronavírus foi mantido.
Assim, pelo menos até o fim deste ano, o que está previsto em lei é o critério de um quarto de salário mínimo para a regra geral e a ampliação para meio salário mínimo em casos específicos.
O que é BPC?
É um benefício assistencial de um salário mínimo por mês (R$ 1,045, em 2020) pago a idosos a partir dos 65 anos ou deficientes de qualquer idade que comprovem baixa renda.
Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para ter direito. Porém, diferentemente das aposentadorias, o BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte.
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.