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Coronavírus: EUA adotam plano de ajuda suplementar de US$ 483 bilhões

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Thomas Harms

Da RFI, em Houston

24/04/2020 07h44

O Congresso norte-americano aprovou na noite de ontem o novo plano de ajuda para lutar contra o impacto da epidemia que já deixou quase 50 mil mortos no país. O pacote de US$ 483 bilhões se soma ao colossal plano de US$ 2,2 trilhões aprovado no final de março.

Após o Senado, os deputados da Câmara dos Representantes aprovaram por 388 votos a favor, cinco contra e uma abstenção o novo plano de ajuda em uma sessão marcada pelo distanciamento social e medidas de saúde para impedir a propagação do vírus. O projeto deve ainda que ser promulgado, provavelmente hoje pelo presidente Donald Trump.

Essa nova injeção maciça de dinheiro para apoiar uma economia americana em colapso foi negociada durante uma semana entre democratas, republicanos e a Casa Branca. Ela visa salvar empregos. Do total de US$ 483 bilhões, US$ 320 bilhões serão destinados a empréstimos a pequenas e médias empresas para desencorajá-las a demitir funcionários e frear a queda drástica do desemprego no país. Em cinco semanas de crise sanitária, mais de 26 milhões de trabalhadores perderam o emprego nos Estados Unidos.

O primeiro plano de ajuda de US$ 2,2 trilhões foi muito criticado pelo fato de beneficiar as grandes empresas. As novas medidas aprovadas agora pelo Congresso garantem que desta vez as pequenas empresas serão realmente auxiliadas. Assim, US$ 60 bilhões do total são destinados a setores particularmente afetados pela crise, como a agricultura.

Ajuda ao setor sanitário

O pacote também prevê ajuda ao setor sanitário que luta contra a epidemia do coronavírus. Mais de mais de US$ 75 bilhões serão destinados a hospitais e US$ 25 bilhões para reforçar a realização de testes de coronavírus. A detecção em massa dos casos é considerada essencial para a retomada rápida da atividade econômica como deseja Trump.

O balanço, publicado nesta quinta-feira, indica que o coronavírus provocou 49.759 mortes no país. Nas últimas 24hs registram um dos piores saldos diários de vítimas, com 3.176 óbitos, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins. Nesse mesmo período, foram contabilizados 26.971 novos infectados, elevando o total para 866.646 pacientes identificados desde o início da epidemia.

Devido à falta de testes de detecção, o número de casos reais provavelmente está bem acima desse número. No final da semana passada, os Estados Unidos registraram dois altos balanços diários de vítimas (mais de 3.800 e 4.500 mortos), mas esses dados ocorreram em parte devido ao acréscimo de mortes "suspeitas" de covid-19, que nunca haviam sido levados em consideração até o momento. Apesar dos dados alarmantes, vários estados do país, incluindo Texas, Vermont e Geórgia, decidiram iniciar a flexibilização da quarentena, autorizando a reabertura de algumas empresas.

Em todo o mundo, a pandemia de coronavírus deixou até agora quase 190.000 mortos.