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Coronavírus: Bolsonaro fará Brasil pagar caro, diz ex-economista do FMI

Andre Coelho/Getty Images
Imagem: Andre Coelho/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

11/05/2020 08h57Atualizada em 11/05/2020 10h48

Ex-economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld afirmou que as atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao coronavírus vão "custar caro" ao Brasil.

Em entrevista ao jornal Valor, o norte-americano, que também é professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, crê que a economia brasileira pode encolher mais do que os 5,3% previstos pelo FMI - e isto pode ter ligação direta com as decisões do presidente da República.

"A resposta desdenhosa do presidente Bolsonaro à doença vai custar caro ao Brasil, tanto em termos de vidas como de renda. Com uma liderança apropriada, o Brasil claramente teria a capacidade de salvaguardar a saúde das pessoas, mas agora é uma área de alta incidência na América Latina. Isso não protege a economia, pelo contrário", disse ele.

Obstfeld também não descarta uma segunda onda de novas contaminações por covid-19 no país, causando um maior rombo na economia, já que "as pessoas podem não ser capazes de participar integralmente da economia se elas estiverem doentes ou temerem a infecção".

Ao ser questionado pelo veículo sobre o que o país precisa fazer para minimizar os efeitos da crise na economia, Obstfeld não deu um posicionamento otimista.

"A falta de espaço nas contas públicas claramente vai afetar a eficácia da política fiscal. Ao mesmo tempo, a estabilidade social requer que o governo proteja os menos favorecidos, custe o que custar. Enfrentando condições financeiras globais, o resultado tende a ser um período de inflação mais alta", falou ao Valor.

O economista também descartou uma reação da economia mundial em "V" - retomada na mesma rapidez do declínio - diante da pandemia.

"Não se pode consertar o desemprego e as falências tão rápido, mesmo se a resposta à doença for encontrada com agilidade", completou.