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Ações de empresa que diz ter achado anticorpo para o coronavírus disparam

15.maio.2020 Imagem em 3D do novo coronavírus é considerada a mais precisa até agora - Reprodução/YouTube/Visual Science
15.maio.2020 Imagem em 3D do novo coronavírus é considerada a mais precisa até agora Imagem: Reprodução/YouTube/Visual Science

Do UOL, em São Paulo

17/05/2020 14h30

As ações de uma empresa farmacêutica norte-americana dispararam e subiram 150% após ela anunciar que encontrou um anticorpo que inibe em, apenas quatro dias, 100% a infecção pelo Sars-CoV-2, o novo coronavírus. Até o momento, são estudos pré-clínicos e a Organização Mundial da Saúde ainda não reconhece ou recomenda nenhum remédio ou tratamento para a cura da covid-19.

Após o anúncio feito pelo CEO da Sorrento Therapeutics, na sexta-feira (15), as ações da companhia foram de US$ 2,62 a US$ 4,50.

O movimento é liderado pelo otimismo de que uma cura possa ser encontrada - mas sob os riscos mais céticos de que as coisas não funcionem com essa facilidade toda.

O otimismo chegou também às redes sociais. Neste domingo, uma matéria de TV sobre esta suposta descoberta viralizou no Twitter e Instagram e deixou brasileiros empolgados com o possível avanço no desenvolvimento de uma vacina, a ponto de o tema ser um dos mais comentados, entrando nos trending topics:

Mais sobre o estudo

A empresa farmacêutica americana Sorrento Therapeutics anunciou ter encontrado um anticorpo que inibe, em apenas quatro dias, 100% a infecção pelo Sars-CoV-2. Os estudos, entretanto, são pré-clínicos, o que significa que ainda não foram testadas falhas nem eficácia em humanos.

Chamado de STI-1499, o anticorpo se destacou entre bilhões de candidatos que a empresa está pesquisando. Ele foi capaz de bloquear completamente a ligação da proteína spike do coronavírus (semelhante a uma coroa em volta do vírus) com o receptor ACE2, localizado nas células humanas. O Sars-CoV-2, então, não consegue se replicar e espalhar a infecção.

Sorrento pretende incluir o STI-1499 no coquetel que está desenvolvendo, chamado de Covi-Shield. Esse coquetel será composto por uma mistura de diferentes anticorpos que fornecem proteção contra diferentes cepas do vírus.

Segundo o site TecCrunch, a empresa já estaria discutindo com os órgãos reguladores sobre como agilizar o desenvolvimento desse tratamento potencial. Mas para obter a aprovação do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula os medicamentos nos EUA, ela precisará testar o tratamento em animais. Em seguida, deverá solicitar permissão para iniciar os testes de segurança e eficácia em seres humanos.

A farmacêutica diz que pode produzir até 200.000 doses por mês e planeja fazer 1 milhão de doses enquanto busca aprovação.