Dólar opera em queda de 3%, perto de R$ 5; Bolsa sobe mais de 2%
O dólar comercial operava em queda e a Bolsa subia nesta quarta-feira (3). Às 13h18, a moeda norte-americana recuava 3,08%, a R$ 5,05 na venda, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 2,49%, a 93.309,57 pontos.
Ontem, o dólar fechou em queda de 3,23%, a R$ 5,21 na venda e o Ibovespa saltou 2,74%%, a 91.046,38 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Recuperação econômica
O dia mais uma vez é marcado pelo otimismo de investidores com a recuperação econômica global.
Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haintong, as oscilações desta quarta-feira refletem o "movimento de redução da aversão a risco no mundo e no Brasil. Nos últimos dias os dados econômicos têm sido positivos, com sinais de retomada das atividades no exterior".
Há um sentimento de que o pior da crise possa ter passado, com tendência de melhoras na economia global daqui para frente, disse Serrano.
Dados econômicos da China desta quarta-feira mostraram uma recuperação no setor de serviços em maio, enquanto números da zona do euro indicaram que o pior da crise na União Europeia ficou para trás, o que fortalecia as apostas numa retomada econômica nas principais potências mundiais.
Além disso, nos Estados Unidos, o setor privado fechou bem menos vagas de trabalho do que o esperado em maio, com os empregadores demitindo outros 2,76 milhões de trabalhadores, contra expectativa de 9 milhões de perdas de emprego.
Analistas ainda têm cautela
Apesar da queda expressiva do dólar — que já perdeu muito terreno desde que ficou a poucos centavos de superar R$ 6 no mês passado —, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante das tensões políticas no Brasil, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial.
O dólar ainda acumula alta de mais de 26% contra o real em 2020, impulsionado por um cenário de juros baixos e incertezas políticas e econômicas. Há algumas semanas, nesse contexto, a expectativa de boa parte dos mercados era de que a moeda iria superar os R$ 6.
Agora, entre os analistas, uma recuperação definitiva do real é incerta. Para Flávio Serrano, a moeda está voltando ao patamar em que deveria estar, mas citou a imprevisibilidade dos mercados, destacando riscos negativos como a possibilidade de uma segunda onda de contaminações por covid-19.
Intervenção do BC
Neste pregão, o Banco Central realizará leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
*Com Reuters
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