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Adidas e Ford entram para o boicote de publicidade nas redes sociais

Johanna Geron/Reuters
Imagem: Johanna Geron/Reuters

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/06/2020 17h22

Adidas e Ford são mais duas multinacionais que anunciaram hoje que entrarão para o boicote de publicidade em redes sociais.

A Adidas informou que deixará de anunciar no Facebook e no Instagram durante o mês de julho. A orientação vale para todas as marcas da empresa, incluindo a Reebok, no mundo todo.

A Ford, por sua vez, afirmou que a medida é válida pelos próximos 30 dias e abrange o YouTube e o Twitter, além do Facebook e do Instagram. A montadora ainda está avaliando se a medida valerá para as marcas na Europa e na América do Sul.

"Estamos pausando toda a publicidade de mídia social pelos próximos 30 dias para reavaliar nossa presença nessas plataformas. A existência de conteúdo que inclua discursos de ódio, violência e injustiça racial nas plataformas sociais precisa ser erradicada", afirmou a montadora, em comunicado.

As duas multinacionais se juntam a uma lista enorme de companhias que já anunciaram que deixarão de promover anúncios publicitários nas redes sociais. Unilever, Coca-Cola, Honda, Starbucks, Levi's e Diageo são algumas das empresas que já participam do boicote.

As decisões da Coca-Cola e da Diageo, por exemplo, são globais —incluem, assim, o Brasil. A Coca-Cola ainda não decidiu se a suspensão valerá apenas para o impulsionamento de posts ou se a empresa vai parar de publicar conteúdos nas redes.

Boicote sem adesão ao movimento #StopHateForProfit

"Não há lugar para o racismo no mundo e não há lugar para o racismo nas redes sociais", disse James Quincey, diretor-executivo da Coca-Cola Company, em comunicado. O executivo explicou que a decisão servirá para a empresa "fazer um balanço sobre (suas) estratégias publicitárias e ver se precisa revisá-las".

A decisão, pelo menos por enquanto, não significa a adesão da Coca-Cola ao movimento Stop Hate For Profit (pare de dar lucro ao ódio, em tradução livre), lançado por seis grupos norte-americanos de direitos civis. Mais de 150 empresas já se juntaram à iniciativa até agora.

O movimento exige que a rede social seja "menos complacente" com mensagens de ódios publicadas na plataforma. O Facebook gera 98% de sua receita por meio de anúncios. A companhia recebeu US$ 17,4 bilhões em publicidade apenas no primeiro trimestre de 2020.

Segundo o Business Insider, o boicote já impactou em cerca de US$ 60 bilhões o valor de mercado do Facebook, em apenas 2 dias