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Banco Central lançará cédula de R$ 200 com imagem de lobo-guará

Do UOL, em São Paulo

29/07/2020 15h42Atualizada em 30/07/2020 11h09

O Banco Central anunciou hoje o lançamento da cédula de R$ 200, que terá como personagem o lobo-guará. A nova nota deve entrar em circulação a partir do final de agosto.

A imagem de como será a nova cédula ainda não foi divulgada pelo Banco Central, que afirmou que ela ainda está em "fase final de testes".

A previsão do BC é que sejam impressas 450 milhões de cédulas de R$ 200 neste ano.

Pandemia acelerou decisão

Mais cedo, o BC informou que de fevereiro, antes da pandemia, para junho, o Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) saltou 28,9%, de R$ 210,227 bilhões para R$ 270,899 bilhões. Este é o maior valor da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o aumento do papel moeda nas mãos do público nos últimos meses foi causado pela procura da população com a liberação do auxílio emergencial mensal de R$ 600 pelo governo.

"O Banco Central acredita também que aqueles beneficiários do auxílio emergencial que receberam o seu benefício em espécie não retornaram esse dinheiro ao sistema bancário com a velocidade que a gente esperava", afirmou Carolina de Assis Barros, diretora de Administração do BC

Em meio à busca por dinheiro em papel na crise, o Ministério da Economia havia confirmado, em 22 de julho, que o BC havia solicitado um reforço de R$ 437,9 milhões.

População faz reserva na pandemia

Segundo a diretora do BC, a pandemia fez mais pessoas sacarem dinheiro para guardar em casa.

"Não só o Banco Central brasileiro, mas bancos centrais de outros países observaram o fenômeno do entesouramento desde que a pandemia começou", afirmou Carolina de Assis Barros. "Em momentos de incerteza, as pessoas tendem a fazer saques e acumular dinheiro, acumular reserva, porque o dinheiro em tempos de incerteza é um sinal de segurança. É estabilidade."

Além disso, segundo a diretora do BC, houve menor circulação de dinheiro no comércio, já que as compras caíram por causa das medidas de isolamento.

A diretora afirmou que, com a menor circulação, aumentou a procura para que as casas de impressão ao redor do mundo produzissem mais notas e moedas em menos tempo. "Elas (casas de impressão) foram desafiadas a produzir um maior volume financeiro em uma menor quantidade de tempo. E por que isso é desafiador? É desafiador porque você tem limitações fabris, limitações de insumo, limitações de produção das máquinas."

Não falta dinheiro, diz BC

O Banco Central disse que não sabe por quanto tempo esse efeito deve durar na economia brasileira, mas afirmou que a quantidade de cédulas no país é adequada "para fazer frente às diferentes necessidades da população" e que não há falta de dinheiro em espécie na economia, segundo Carolina de Assis Barros.

Segundo ela, o lançamento da nova cédula já estava previsto, mas é uma medida preventiva para responder a um possível aumento da procura por parte da população.

(Com Estadão Conteúdo)