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Bolsonaro explica debandada e defende privatizações: 'Estado está inchado'

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Ministério de Minas e Energia, em Brasília - ADRIANO MACHADO
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Ministério de Minas e Energia, em Brasília Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

12/08/2020 09h50Atualizada em 12/08/2020 10h51

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para defender a privatizações de empresas estatais e para tentar reduzir o impacto da saída de dois importantes secretários do Ministério da Economia.

Segundo o presidente, as saídas do secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e do secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel foram para que ambos seguissem suas "ambições pessoais".

Ontem, o ministro da economia, Paulo Guedes, admitiu que houve uma "debandada" em sua equipe.

Bolsonaro defendeu a privatização. "O estado está inchado e deve se desfazer de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada", escreveu no facebook.

Ele também criticou a decisão do STF de que a privatização das grandes empresas precisa passar pelo Congresso, dizendo que isso "agrava" a situação.

Ritmo de privatizações e reforma administrativa

Segundo Guedes, Mattar estava insatisfeito com o ritmo das privatizações no país e Uebel reclamou da falta de andamento da reforma administrativa, que trata dos servidores públicos.

Em julho, deixaram o governo o então secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda, Caio Megale. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também pediu demissão. Antes disso, o então secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, havia saído do cargo para assumir, em maio, a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics.

Secretários estavam insatisfeitos, diz Guedes

"O Salim Mattar pediu demissão hoje. Isso, na verdade, é um sinal de insatisfação com o ritmo de privatizações. Mas vocês têm que perguntar para o Salim quem é que está impedindo as privatizações. O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, o Estado não deixa privatizar, é muito emperrado", disse o ministro, após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O ministro foi irônico ao comentar a postura dos assessores e afirmou que a reação do governo será agir para acelerar reformas e atrair investimentos.

"O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa", afirmou Guedes ao relatar a justificativa de Salim Mattar para deixar o cargo. "O que eu disse para ele é que para privatizar cada um tem que lutar, não adianta ficar esperando Papai do Céu."

"A nossa reação à debandada que aconteceu hoje é acelerar as reformas. Nós vamos privatizar, nós vamos insistir nesse caminho, nós vamos lutar, nós vamos destravar os investimentos", disse Guedes. Sobre privatizações, ele citou como prioridades Eletrobras, Correios, PPSA (Pré-Sal Petróleo) e Docas de Santos.