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'2021 talvez seja mais difícil', diz Covas sobre investimentos em São Paulo

Orçamento do ano que vem preocupa prefeito de São Paulo, que é pré-candidato à reeleição - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
Orçamento do ano que vem preocupa prefeito de São Paulo, que é pré-candidato à reeleição Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

03/09/2020 09h18

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), demonstrou hoje preocupação com a capacidade de investimento da capital paulista para o ano que vem. Com as finanças afetadas neste ano por causa da pandemia do novo coronavírus, o município deve sofrer com a falta de recursos adicionais que foram fundamentais em 2020.

"Temos uma preocupação em relação ao orçamento do ano que vem, porque em 2021 não vamos ter alguns dispositivos que tivemos nesse ano, como a utilização dos fundos municipais, a prorrogação do pagamento da parcela da dívida com a União e os recursos extras que vieram a mais dos governos estadual e federal", disse Covas em entrevista à TV Bandeirantes.

São Paulo realmente teve nos últimos meses um importante repasse de recursos de outras instâncias federativas. Só do governo federal, a cidade recebeu cerca de R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. No ano que vem, não há a expectativa de recursos do tipo.

"O ano de 2021 talvez seja mais difícil do ponto de vista fiscal, já que de alguma forma a gente tem conseguido equalizar o rombo que a gente teve nas contas públicas, de R$ 10 bilhões, sem parar nenhum investimento e sem ter que deixar de pagar nenhum fornecedor ou servidor da Prefeitura", acrescentou o prefeito paulistano, que é pré-candidato à reeleição no pleito a ser disputado em novembro.

Covas lamentou que em 2020 não tenha conseguido realizar investimentos maiores na área de habitação. Segundo estudo recente da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a região metropolitana de São Paulo tem um déficit habitacional superior a 1 milhão de moradias.

"Em relação a 2020, infelizmente não foi possível avançar em investimento importante que faríamos em habitação popular. Esse foi um dos segmentos mais afetados por conta desse gasto extra que tivemos pela pandemia", explicou o prefeito.

"Sabemos que a casa própria é o sonho de muitas famílias, e a própria pandemia mostrou a importância de se fazer isso porque era difícil fazer o isolamento (social) com oito, dez pessoas morando no mesmo espaço de 30, 40 metros quadrados", exemplificou Covas.

Lei Cidade Limpa

O prefeito ainda comentou a possibilidade de uma alteração na Lei Cidade Limpa, que poderia gerar renda adicional à cidade. Um projeto de lei aprovado pela Câmara em primeira votação na semana passada sugere que o topo de prédios possa ser utilizado para propagandas como outdoors.

"A princípio sou contra qualquer alteração na Lei Cidade Limpa. Vamos analisar o texto da Câmara, ver se tem algum trecho que pode ser alterado, mas no geral sou contra", comentou Covas.

A Lei Cidade Limpa foi instituída em 2006, durante a gestão do então prefeito Gilberto Kassab (PSD). A aplicação da lei, a partir de 2007, mudou radicalmente a paisagem da cidade, com a proibição de propaganda em vias públicas e determinações mais rígidas para as fachadas comerciais.