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Dólar sobe no dia e fecha a R$ 5,308, mas emenda 2ª queda semanal

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 17h12

O dólar comercial fechou hoje (4) em alta de 0,33%, cotado a R$ 5,308 na venda, interrompendo uma sequência de três quedas seguidas. Apesar do resultado no dia, a moeda emendou a segunda semana de queda, recuando 1,99%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 0,52%, a 101.241,73 pontos, após duas quedas. Na semana, a Bolsa acumulou queda de 0,88%, interrompendo uma sequência de duas altas semanais.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Recuperação dos EUA

Os Estados Unidos divulgaram a criação de 1,371 milhão de vagas fora do setor agrícola no mês passado, abaixo da expectativa de 1,4 milhão de postos. A taxa de desemprego caiu a 8,4%, ante previsão de 9,8%.

"A leitura (desta sexta) trouxe um ponto interessante que foi uma queda boa na taxa de desemprego e deu sequência à visão de que mercado de trabalho ainda está em trajetória de recuperação", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Reforma administrativa

O governo do presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Congresso na quinta-feira sua PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma administrativa, medida que animou o mercado na véspera, depois de meses de incertezas políticas e fiscais.

"O simples fato de a reforma ser apresentada este ano representa uma surpresa agradável, já que o presidente Bolsonaro tinha admitido em junho que a apresentação só aconteceria em 2021", escreveu o time econômico da Guide.

"(...) Mas ainda há muitas batalhas a serem travadas. Enquanto isso, o risco fiscal segue escancarado, e o mercado funcionando em torno dele", completaram os especialistas.

Além do alívio sobre a agenda de reformas, Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, citou um possível movimento de correção no real, após fortes perdas acumuladas no ano, como fator para a queda do dólar nas últimas sessões.

"O real segue com uma das moedas mais desvalorizadas em 2020. Às vezes o movimento é uma correção do exagero", comentou, destacando que mesmo outros países que também sofreram com incertezas econômicas em meio à pandemia não viram tamanha desvalorização de suas moedas.

Atuação do BC

Nesta sexta-feira, o Banco Central vendeu 1.000 contratos de swap cambial tradicional para março de 2021 e 9.000 para julho de 2021, ante oferta total de 12 mil ativos em operação de rolagem.

No Brasil, também repercutia notícia de que o presidente Jair Bolsonaro assinou despacho nesta sexta-feira que cancelou urgência pedida previamente para a tramitação da reforma tributária enviada ao Congresso em julho.

O cancelamento vem após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter afirmado na noite da véspera que está encerrado o diálogo com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

*Com Reuters