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Dólar cai 1,1%, a R$ 5,275, menor valor em mais de um mês; Bolsa sobe 1,94%

Do UOL, em São Paulo

14/09/2020 17h12

O dólar comercial fechou hoje (14) em queda de 1,1%, após duas altas seguidas, cotado a R$ 5,275 na venda —o menor valor em mais de um mês, desde 31 de julho (R$ 5,219). Na sexta-feira (11), a moeda norte-americana fechou vendida a R$ 5,333, com valorização de 0,25%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 1,94%, a 100.274,52 pontos, após duas quedas seguidas. Foi o maior ganho percentual diário em duas semanas, desde 1º de setembro (2,82%).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Otimismo internacional

O mercado refletia, nesta segunda-feira, a melhora no sentimento internacional devido a esperanças sobre o desenvolvimento de uma vacina para a covid-19. Ao mesmo tempo, investidores seguiam de olho na inflação no Brasil, em semana de decisão de política sobre a taxa de juros no Brasil e nos EUA.

"Expectativa pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e boas notícias no combate ao coronavírus dão um tom positivo para ativos de risco nesta segunda-feira", disse o time econômico da Guide Investimentos.

A reunião do Fed desta semana será a primeira desde que o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, revelou uma mudança na política monetária dos EUA em direção a uma maior tolerância quanto à inflação, prometendo manter os juros baixos por mais tempo.

Inflação no Brasil

No Brasil, as atenções continuavam na inflação, já que uma disparada recente no preço de alimentos básicos sinalizou o impacto do dólar mais alto no bolso dos brasileiros. A valorização da moeda norte-americana faz com que muitos produtores prefiram exportar os produtos, ganhando em dólar, a vender no mercado interno. Com menos oferta de alimentos no mercado doméstico, os preços aqui sobem.

Analistas da Infinity Asset destacaram "a distância considerável de nossa taxa de juros em relação aos pares internacionais, além dos problemas fiscais dentro e fora da pandemia", como fator de pressão para a taxa de câmbio brasileira.

Com juros mais baixos no Brasil, investidores tendem a buscar outros locais para aplicar seu dinheiro, o que diminui a quantidade de dólares no Brasil, fazendo a moeda americana subir.

Na quarta-feira, em sua reunião de setembro, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a a taxa básica de juros Selic na mínima recorde de 2%, mostrou uma pesquisa da agência de notícias Reuters.

Atividade econômica cresce menos do que o esperado

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do PIB, teve alta de 2,15% em julho em relação ao mês anterior, mas ficou abaixo do esperado.

"O resultado do IBC-Br de julho confirma a expectativa de continuidade da recuperação econômica no terceiro trimestre", afirmou a consultoria LCA em relatórios a clientes.

"Esperamos que a atividade econômica siga avançando nos próximos meses, com destaque para varejo e produção industrial, na esteira da prorrogação dos estímulos governamentais e da continuidade da flexibilização do isolamento social", adicionou.

*Com Reuters