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Dólar cai 0,17% e fecha a R$ 5,232, após BC manter juros; Bolsa sobe 0,42%

Do UOL, em São Paulo

17/09/2020 17h16

O dólar comercial terminou a sessão de hoje (17) em queda de 0,17%, cotado a R$ 5,232 na venda, um dia após o Banco Central manter a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano. Como na véspera, quando fechou negociado por R$ 5,241, é o menor valor da moeda norte-americana desde 31 de julho (R$ 5,219).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 0,42%, a 100.097,83 pontos. Ontem (16), o Ibovespa tinha fechado a 99.675,680 pontos, com desvalorização de 0,62%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

BC mantém juros, como esperado

Na véspera, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. A decisão foi unânime e veio dentro do esperado pelos analistas de mercado.

A manutenção da Selic interrompeu uma sequência de nove cortes seguidos —sendo cinco só neste ano —, ocorridos ainda na esteira das preocupações sobre os efeitos do coronavírus no Brasil e no mundo.

Em comunicado, além de reconhecer que a inflação deve acelerar no curto prazo, o BC repetiu que se existir algum espaço para cortar mais os juros no futuro, é um espaço pequeno.

O patamar extremamente baixo dos juros brasileiros tem sido apontado em 2020 como um dos principais fatores para a disparada do dólar em relação ao real, além de riscos econômicos e incertezas políticas locais.

Nesse contexto, permanece também o foco dos investidores do mercado brasileiro no cenário fiscal do país. Na véspera, o relator do Orçamento disse que o presidente Jair Bolsonaro o autorizou a incluir na proposta orçamentária de 2021 a criação de um programa social com a mesma função do Renda Brasil.

Juros perto do zero nos EUA

O banco central dos Estados Unidos também manteve as taxas de juros ontem. O Fed (Federal Reserve), prometeu manter os juros perto de zero até que a inflação fique no caminho de ultrapassar a meta de 2%.

Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a recuperação econômica deve desacelerar e que o mercado de trabalho norte-americano ainda tem um longo caminho a percorrer até atingir uma meta de emprego máximo.

Na visão do analista de mercado Milan Cutkovic, da AxiCorp, o banco central norte-americano sinalizou que as taxas permanecerão baixas nos próximos anos, ao mesmo tempo em que destacou os riscos para a recuperação econômica e que mais estímulos fiscais serão necessários.

"Alguns participantes do mercado também esperavam novas medidas do banco central para manter a recuperação econômica em andamento", acrescentou, avaliando que o foco agora voltará para o Congresso dos EUA, onde democratas e republicanos ainda estão lutando para chegar a um acordo sobre um pacote de estímulo.

*Com Reuters