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Como as empresas usam o LinkedIn? E mais 11 dicas para quem busca emprego

Compartilhamento de conteúdo no LinkedIn aumentou 50% em relação a 2019; especialistas em RH também notam crescimento Imagem: InLytics/Unsplash

Bruno Lazaretti

Do UOL, em São Paulo

22/09/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Crise econômica e pandemia aumentaram o uso da rede social voltada para a carreira profissional
  • Especialistas recomendam que, além do perfil atualizado, é preciso postar e interagir regularmente na plataforma
  • Postagens na timeline ativam o algoritmo, chamam a atenção de empresas e podem dar o tom em entrevista de emprego
  • Recrutadores afirmam acompanhar a rede mesmo quando não têm vagas a preencher; postagens e certificações chamam a atenção
  • Outras recomendações incluem o uso de palavras-chaves no perfil e do selo "open to work" no avatar

O isolamento e a crise econômica causados pelo Covid-19 fizeram o brasileiro recorrer com mais força ao LinkedIn, a rede social voltada à carreira profissional. "Antes da pandemia, a gente não via tantas empresas e usuários na plataforma como vemos agora. Eu diria que triplicou", avalia Romildo Nascimento, gerente de marketing e posicionamento digital estratégico da consultoria de RH Build Up. "Até cargos que não existiam passaram a ter na plataforma, porque a demanda aumentou muito".

Embora não haja dados específicos do Brasil, em maio, a Microsoft, dona do LinkedIn, divulgou que a rede estava "batendo recordes de engajamento" no mercado global. Outro relatório, de junho, aponta que o conteúdo compartilhado na plataforma cresceu 50% em relação ao ano passado e as lives subiram 89% em relação ao trimestre anterior.

Os usuários estão no caminho certo: especialistas ouvidos por UOL Economia afirmam que postar, compartilhar e interagir na timeline é um recurso importante para ser bem sucedido na busca por um novo emprego.

"Faz tempo que o LinkedIn não é um jornalzinho amarelo, onde a pessoa entra, vê as vagas e depois sai. Ele é mais que isso. Ele te posiciona [no mercado], mas você tem que saber usar todas as ferramentas", explica Romildo.

Postagens na timeline chamam atenção

Helena, da Gestaum Lab: posicionamentos no LinkedIn podem pautar entrevista de emprego Imagem: Divulgação/Gestaum Lab
Um erro comum é limitar-se a criar um perfil e utilizá-lo como um "currículo digital". É preciso postar conteúdo regularmente por dois motivos: para estimular o algoritmo da rede a estabelecer conexões com outras pessoas e empresas; e para oferecer mais informações aos recrutadores - que estão de olho, sim, nesta funcionalidade.

"Eu acho que as entrevistas do futuro não serão sobre cargos e realizações do passado. Serão sobre visão de futuro. Então, é claro que, vendo o LinkedIn de uma pessoa, o que ela curte, o que ela compartilha, o que ela opina sobre assuntos da atualidade - tudo isso nos dá uma bagagem ótima para fazer uma entrevista melhor", afirma Helena Cesa, cofundadora da Gestaum Lab, agência de consultorias e treinamentos para empresas.

Josie Cautela, gerente de RH da Semcon Brasil, empresa de automação baseada na Suécia, concorda. "A partir das postagens, você consegue conhecer quem são alguns candidatos. Faz diferença. Já chamei algumas pessoas para entrevista porque elas se destacaram assim", afirma.

Empresas avaliam mesmo quando não há vagas

Josie, da Semcon Brasil: "A gente vai atrás mesmo, como um 'hunter'" Imagem: Divulgação/Semcon Brasil
A postura da Semcom revela outra percepção errada que muitos usuários têm da plataforma: não são apenas os trabalhadores que procuram ativamente uma nova oportunidade; as próprias empresas também buscam colaboradores em potencial regularmente.

"A gente usa a pesquisa, a gente vai atrás do candidato. Trabalhamos como um 'hunter' mesmo", afirma Josie. Ela se refere ao termo "headhunter", profissional geralmente terceirizado, especializado em encontrar executivos com o perfil desejado pela empresa. E reforça: essa sondagem acontece o tempo todo, independentemente de haver vagas em aberto.

Heloiza Jesus, analista de desenvolvimento humano organizacional da English Live, escola de cursos online de inglês, oferece outra dica: um bom perfil está nos detalhes.

"Se o candidato apenas fala onde trabalhou, eu não tenho como saber quais ferramentas essa pessoa utilizou. Em marketing digital ou TI, por exemplo, há 'n' ferramentas e certificações. Se a pessoa consegue detalhar isso melhor, brilha muito mais os olhos", afirma. "Claro que não precisa fazer uma carta, mas incluir os principais conhecimentos e projetos ajuda muito."

Um selo simples pode fazer a diferença

E quanto ao LinkedIn Premium, a versão paga da rede social, que habilita novas funções aos candidatos? Helena Cesa acha que ajuda, mas não é primordial. Se o perfil do usuário for interessante, "a gente manda mensagem e vai começando a criar um relacionamento. Tudo pela plataforma, mesmo sem o Premium", explica.

Por outro lado, um recurso mais simples (e gratuito) que Josie destaca é o selo "open to work" ("disposto a trabalhar"), que a pessoa pode adicionar à foto de perfil. "Acho bem interessante. Como recrutadora, isso salta aos olhos. Dá pra ver que a pessoa quer se recolocar", afirma.

11 dicas para aproveitar ao máximo

Romildo, da Build Up: "É preciso engajar sua rede e compartilhar informações" Imagem: Divulgação/Build Up
Romildo Nascimento, gerente de marketing e posicionamento digital estratégico da consultoria de RH Build Up, oferece algumas recomendações para potencializar a busca por emprego via LinkedIn.

  1. Mantenha o perfil completo e atualizado.
  2. Utilize uma foto recente, bem iluminada e preferencialmente num ambiente profissional.
  3. Use palavras-chaves no perfil, especialmente na seção "sobre". Pense em termos que sejam relevantes na sua área ou que um recrutador costume buscar na pesquisa. Eles são fundamentais para o direcionamento de conteúdos pela plataforma.
  4. Adicione o selo "open to work". Não utilize expressões como "desempregado" ou "em busca de recolocação": recrutadores não buscam por esses termos.
  5. Sempre cite as ferramentas em que tem habilidade e as certificações que já conquistou.
  6. Deixe claro seus interesses. Clique em "Eu", no alto da página, e depois "Configurações e privacidade". Acesse "Privacidade dos dados". Em "Preferências de procura por emprego", altere a chave em "Indique seu interesse a recrutadores".
  7. Ative alertas de vagas. No botão "vagas", digite o cargo, a localidade e outros filtros necessários. Em seguida, clique na chave "alerta de vaga".
  8. Poste com regularidade na timeline. Se não tiver novidades sobre a própria carreira, compartilhe conteúdos que sejam relevantes para você ou sua área. Dê like em outros posts.
  9. Se for compartilhar alguma opinião, seja sempre educado e ponderado. Opine sobre notícias, fatos ou tendências, jamais sobre pessoas ou empresas.
  10. Engaje sua rede e compartilhe informações para seu setor ou sua rede. O Linkedin é uma plataforma para desenvolver sua autoridade e relevância como profissional.
  11. Sempre utilize o bom português e revise seus textos.
O Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar é uma iniciativa do UOL e da Fundação Instituto de Administração (FIA) que vai destacar as empresas brasileiras com os mais altos níveis de satisfação entre os seus colaboradores. Os vencedores serão definidos a partir dos resultados da pesquisa FIA Employee Experience, que mede o ambiente de trabalho, a cultura organizacional, a atuação da liderança e a satisfação com os serviços de RH. A pesquisa já está na fase de coleta de dados das empresas inscritas e os vencedores do Prêmio devem ser anunciados em novembro.

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