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'Prévia da inflação' acelera para 0,45% e é a maior para setembro em 8 anos

Do UOL, em São Paulo

23/09/2020 09h07Atualizada em 23/09/2020 10h49

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou a 0,45% em setembro, após fechar agosto em 0,23%. O resultado é o maior para um mês de setembro desde 2012, quando o IPCA-15 foi de 0,48%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,35% e, em 12 meses, de 2,65%. Com isso, a inflação fica abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Maior variação em alimentação e bebidas

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em setembro. A maior variação (1,48%) e o maior impacto (0,30 p.p.) no índice vieram do grupo alimentação e bebidas, acelerando em relação ao resultado de agosto (0,34%).

O resultado do grupo deve-se principalmente aos alimentos para consumo no domicílio, que aceleraram de 0,61% em agosto para 1,96% em setembro. A maior contribuição (0,09 p.p.) veio das carnes, com alta de 3,42%. Já a maior variação veio do tomate (22,53%), ante queda de 4,20% no mês anterior.

O óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%) também subiram. Com isso, os três subitens acumulam no ano altas de 34,94%, 28,05% e 27,33%, respectivamente. No lado das quedas, os destaques foram a cebola (-19,09%), o alho (-11,90%) e a batata-inglesa (-8,20%).

Gasolina sobe pelo terceiro mês seguido

O grupo com a segunda maior variação foi o de transportes (0,83%). Os preços da gasolina (3,19%) subiram pelo terceiro mês seguido e contribuíram com o maior impacto individual (0,15 p.p.) no IPCA-15 de setembro.

À exceção de Salvador (-2,66%), todas as áreas pesquisadas apresentaram alta nos preços desse combustível, entre 0,61% no Rio de Janeiro até 9,03% em Brasília. O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular recuou (-2,58%).

Ainda em transportes, as passagens aéreas subiram 6,11%, após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta, acumula no ano queda de 55,18%.

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.