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Dólar tem 3ª alta e vai a R$ 5,641, maior valor em 4 meses; Bolsa cai 1,15%

Do UOL, em São Paulo

29/09/2020 17h35

O dólar comercial fechou em alta de 0,14% nesta terça-feira (29), vendido a R$ 5,641, na terceira alta seguida. É o maior valor de fechamento em mais de quatro meses, desde 20 de maio (R$ 5,689).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, emendou a terceira queda consecutiva e fechou com desvalorização de 1,15%, aos 93.580,35 pontos. É o menor nível da Bolsa em mais de três meses, desde 16 de junho, quando o índice marcou 93.531,17 pontos.

Ontem (28) o Ibovespa tinha caído 2,41%, a 94.666,31 pontos, enquanto o dólar havia fechado em alta de 1,42%, vendido a R$ 5,633,

Debate presidencial e auxílio econômico nos EUA

O dólar oscilou durante o dia, refletindo as incertezas em torno das eleições norte-americanas, em dia de debate entre o atual presidente, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden.

Investidores também estavam atentos a notícias da Câmara dos Estados Unidos em busca de sinais de progresso nas negociações de um pacote de auxílio econômico.

"Há um pouco de cautela no mercado de maneira geral, e o investidor segue de olho para ver se vai sair um pacote de estímulo fiscal lá fora", explicou Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Situação fiscal brasileira preocupa

No Brasil, dúvidas sobre a saúde das contas públicas continuavam sob os holofotes depois que o governo definiu que o projeto de auxílio Renda Cidadã será custeado por recursos que não virão de cortes de gastos. A proposta levantou suspeitas sobre um "truque para esconder fuga do teto", como disse no Twitter o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

A notícia já havia abalado o mercado na segunda-feira, quando o dólar fechou em alta de 1,42%, vendido a R$ 5,633, maior patamar também desde 20 de maio.

"O mercado ainda está digerindo a notícia do financiamento do Renda Cidadã, e vai ficar à espera de alguma explicação do governo" sobre como conciliar esse gasto com um orçamento já apertado, disse Beyruti.

Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, disse em nota que, diante do cenário fiscal, "pode estar próximo o momento de 'jogar a toalha' e assumir postura amplamente defensiva, visto que os desequilíbrios poderão afetar toda a dinâmica do país."

Em 2020, o dólar já acumula ganho de mais de 40%, impulsionado por um cenário de juros baixos, incertezas fiscais e tensões políticas em Brasília, deixando o real na posição de pior desempenho entre uma cesta de mais de 30 moedas no ano.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.