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Nenhuma empresa formalizou interesse em comprar os Correios, diz ministro

Do UOL, em São Paulo

29/09/2020 11h50

Nenhuma empresa formalizou interesse em comprar os Correios, disse hoje o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), em entrevista ao UOL. Há cerca de duas semanas, o ministro afirmou que havia cinco empresas interessadas, como FedEx e Magazine Luiza. Hoje, porém, ele disse que não foi procurado pelas empresas e que a declaração na época reflete uma avaliação sua de quais empresas seriam atraídas pela privatização da estatal.

"Isso é um processo de privatização que ainda vai começar. Nenhuma empresa estabeleceu formalmente o interesse em participar, comprar os Correios", afirmou aos colunistas Carla Araújo e Mauricio Stycer.

"Recebi algumas informações do Salim Mattar (ex-secretário especial de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia), que estava na pasta. Ele falou que provavelmente ia ser um sucesso, que sabia de players [agentes do mercado] que estariam interessados, outros que provavelmente entrarão, por exemplo, o FedEx", disse Faria.

Mattar deixou o governo em agosto, insatisfeito com o ritmo das privatizações.

Apesar de não ter recebido propostas formais, o ministro voltou a nomear possíveis candidatas a participar do processo de privatização dos Correios. Além da norte-americana FedEx e da brasileira Magazine Luiza, citou a Amazon a argentina Mercado Livre.

Ele destacou os resultados financeiros dos Correios como fator de atração de empresas para o processo.

"(Os Correios) são uma empresa que teve resultado positivo no ano passado, de R$ 671 milhões de Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Era uma empresa que vinha dando prejuízos e ela estava retomando ano a ano o crescimento em V, então apontava para o ano que vem um Ebtida de quase R$ 1 bilhão", disse.

"Quando você vê uma empresa que vinha dando prejuízo e depois vem crescendo a cada ano, uma empresa com grande custo, você consegue imaginar que ela poderá ter mais múltiplos de Ebtida do que outras. Os Correios apontam para isso", afirmou.