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Dólar cai no dia, a R$ 5,616, mas emenda 2ª alta mensal; Bolsa recua no mês

Do UOL, em São Paulo

30/09/2020 17h38

O dólar comercial interrompeu uma sequência de três altas seguidas e fechou hoje em queda de 0,44%, vendido a R$ 5,616. No mês, a moeda teve alta de 2,46%, no segundo avanço mensal seguido. No ano, o dólar acumula alta de 39,98%.

O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, teve valorização de 1,09% no dia, aos 94.603,38 pontos. Ainda assim, fechou o mês de setembro com queda acumulada de 4,8%, a segunda baixa mensal consecutiva e a maior desde março. A Bolsa acumula queda de 18,2% em 2020.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Repercussão do Renda Cidadã

No Brasil, após a repercussão negativa do anúncio do Renda Cidadã (antigo Renda Brasil), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que o programa social que vai substituir o Bolsa Família não pode ser financiado com um "puxadinho", um "jeitinho", uma vez que representa um gasto permanente.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na véspera que precisa de sugestões, não de críticas, e alertou que com o agravamento da crise econômica, "todo mundo vai mal", inclusive o mercado.

As preocupações fiscais têm dominado o radar dos investidores domésticos nas últimas semanas, em meio à possibilidade de furo do teto de gastos devido ao impacto econômico da pandemia de covid-19.

A taxa de desemprego saltou para o recorde de 13,8% nos três meses até julho, com o mercado de trabalho refletindo o impacto da pandemia.

Também foi divulgado nesta quarta-feira que o país abriu 249.388 vagas de emprego com carteira assinada em agosto, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). É o segundo mês seguido de saldo positivo, depois dos mais de 131 mil postos de trabalho formais criados em julho.

Debate nos EUA mantém incertezas

O primeiro debate dos candidatos à Presidência dos EUA, na noite de ontem, entre Donald Trump e seu adversário democrata, Joe Biden, foi repleto de insultos e muitas vezes carente de fatos, falhando em fornecer alguma orientação clara sobre o futuro das eleições.

Entre analistas, predominava a visão de que Trump não conseguirá ganhar terreno nas pesquisas eleitorais depois do debate, elevando incerteza sobre o futuro das políticas econômicas dos Estados Unidos.

"(Trump) não teve uma mudança radical em seu discurso de forma a conseguir reverter os resultados das pesquisas", disse à agência de notícias Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, sobre o impacto do debate nos mercados financeiros globais, destacando que uma derrota do republicano poderia ter algum impacto no Brasil, dada a proximidade do governo de Jair Bolsonaro com os EUA.

"O que preocupou os investidores foram as reiteradas acusações de Trump de que as eleições podem ser fraudadas", afirmaram analistas da Levante Investimentos, explicando que ao lançar dúvida sobre o processo de votação pelo correio, Trump obrigará uma verificação mais minuciosa em caso de derrota.

"E isso deverá provocar incerteza e oscilações nos preços dos ativos."

Apesar das declarações de Trump, não há evidências de fraude no processo eleitoral.

Mas dados positivos elevaram as esperanças de investidores de uma recuperação econômica dos EUA, com contratos para compra de moradias usadas saltando para máxima recorde em agosto, além de fortes números de criação de empregos no setor privado, apoiando os mercados de Wall Street.

*Com Reuters