Saída da Ford é pior para outros estados do que para SP, diz secretária
Secretária de Desenvolvimento de São Paulo, Patrícia Ellen declarou na noite de hoje que a decisão da Ford em fechar fábricas e encerrar a produção no Brasil será pior para outros estados do que para o governo paulista.
"A saída da Ford do Brasil é uma perda muito maior para outros estados do que para São Paulo, até porque a maior operação era em outros locais", disse ela em entrevista à Globonews.
A Ford anunciou hoje o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Horizonte (CE) e Taubaté (SP), além do fim da produção de veículos no país. Segundo a marca, cerca de 5 mil funcionários serão demitidos no Brasil e na Argentina — a montadora ainda não divulgou a proporção de dispensados em cada local.
Ellen observou que a decisão é fruto de "uma sequência de eventos" e citou o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, em 2019, como exemplo de que a montadora já apresentava planos de retirada. "A montadora adotou uma medida global", observou ela.
As operações na Argentina e no Uruguai serão mantidas, bem como permanecem em operação no Brasil o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional, na capital paulista.
Demissões em Taubaté
A fábrica de Taubaté, no interior paulista, conta com 830 funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. Ellen declarou que o governo estadual oferecerá apoio aos demitidos por meio de programas de qualificação profissional.
Ela também acrescentou que deve se reunir, amanhã, com o prefeito Saud (MDB) para tratar de alternativas econômicas na área.
"O prefeito tem uma reunião amanhã conosco para tratar de duas oportunidades de negócio amanhã na região", disse a secretária.
Doria lamenta decisão
O governador paulista João Doria lamentou a decisão da Ford em publicação no Twitter e disse que, apesar do fechamento das fábricas, "serão mantidos 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí e na capital".
Governo baiano procura embaixada chinesa em busca de substitutos
O governo da Bahia divulgou, em nota publicada nesta tarde, ter procurado a Embaixada da China em busca de investidores que se interessem em substituir o negócio no estado; uma das fábricas mantidas pela montadora fica em Camaçari, a 50 km da capital Salvador.
"Assim que foi informado, o governador Rui Costa entrou em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a formação de grupo de trabalho para avaliar possibilidades alternativas ao fechamento. O governo estadual também entrou em contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia", diz trecho da nota.
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