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'Muita gente tem medo de investir, porque pensa em Bolsa', diz especialista

Do UOL, em São Paulo

12/05/2021 12h38Atualizada em 12/05/2021 15h58

De acordo com Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos, o Brasil ainda tem muitas pessoas com medo de investir. Segundo ela, muitos brasileiros ainda associam qualquer tipo de investimento à existência de grandes riscos - o que faz com que as pessoas posterguem a decisão de guardar dinheiro ou de colocá-lo em outro lugar que não a poupança.

Muita gente tem medo porque pensa em investir e já pensa em Bolsa, pensa que tem risco. (...) As pessoas precisam entender que há vários tipos de investimentos. Tudo vai depender do objetivo da pessoa. Para investir é preciso ter visão de longo prazo, é importante se conhecer.
Betina Roxo

A estrategista-chefe da Rico Investimentos foi uma das participantes do seminário UOL Líderes, que reúne especialistas para avaliar a situação do país e o que esperar da economia nos próximos meses, por causa da pandemia de covid-19. Também participou do painel a economista Natalie Victal, da Garde Asset Management. O seminário foi transmitido ao vivo pelo UOL.

"Sair da poupança para sair da inércia"

Betina afirmou, ainda, que tirar o dinheiro da poupança e fazer outros investimentos é o primeiro passo para "sair da inércia" e ter opções melhores. O importante é ter uma carteira diversificada - o que pode incluir, para perfis moderados e arrojados, investimentos em ações e na Bolsa.

Ter uma reserva [de emergência], para dar segurança, é fundamental. [Também é preciso] ter cadeira diversificada, não só de renda fixa e variável, mas ter cadeias internacionais. (...) Uma pessoa já consegue investir em vários fundos a partir de R$ 100.
Betina Roxo

O peso da política

As convidadas também trataram da influência da política nos investimentos. Se de um lado a vacinação e a redução da pandemia da covid-19 devem deixar o cenário mais favorável, a eleição presidencial do ano que vem deve adicionar incertezas à economia.

O cenário doméstico tende a ficar menos turbulento. Ainda estamos na pandemia, mas quando olha para a frente, vê uma perspectiva positiva para o segundo semestre do ano. Tende a ter um segundo semestre robusto para crescimento. A gente tem diminuição de risco da pandemia pela vacinação, e tem experiências internacionais que respaldam, com imagens animadoras. Ao mesmo tempo, temos incerteza no ano que vem, relacionada à eleição. A arte é como operar nesse cenário.
Natalie Victal

De acordo com Victal, investir nesse cenário incerto depende do perfil do investidor e do que cada pessoa busca.

Se o investidor vai precisar do recurso no ano que vem, faz sentido para ele se concentrar no Brasil? Talvez faça mais sentido ir para investimentos internacionais, saindo do risco Brasil. Se por outro lado o investidor tem como horizonte aposentadoria ou apartamento daqui a cinco anos, a questão do curto prazo não é tão importante.
Natalie Victal